Nesta quinta-feira (22), se tornou réu o ex-servidor da Prefeitura de Campo Grande, preso preventivamente durante as investigações de assédio sexual que implicam o candidato ao Governo Marquinhos Trad (PSD). Ele é acusado de levar vítimas e testemunhas até um cartório de Campo Grande, as coagindo a mudar os depoimentos.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, o ex-servidor foi indiciado pelo MPMS (Ministério Púbico de Mato Grosso do Sul) na última semana. Nesta quinta, a juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal, recebeu a denúncia, tornando réu o acusado. Ele responde pelos crimes de coação no curso do processo, corrupção ativa de testemunhas e favorecimento à prostituição.
O ex-funcionário do município foi preso no dia 31 de agosto, após o cumprimento de mandados pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Segundo a Polícia Civil, o ex-servidor foi indiciado no mesmo dia da prisão. Ele permaneceu em silêncio no interrogatório.
O ex-servidor é acusado de coagir testemunha a ‘voltar atrás’ em depoimento prestado no inquérito que investiga as denúncias de assédio sexual. Ele teria procurado uma das testemunhas ouvidas no caso e a convencido a ‘desmentir’ o depoimento prestado. Assim, ela teria sido levada a um cartório, onde documento foi assinado, relatando o contrário do que tinha sido dito anteriormente à polícia.
vítimas, na Corregedoria da Polícia Civil, outras mulheres procuraram a Deam para fazer denúncias de assédio. Em coletiva no dia 26 de julho, a delegada do caso, Maíra Pacheco, afirmou que a informação de suposto pagamento feito às mulheres para registrarem denúncias não consta no inquérito.
No entanto, conforme a delegada, tudo seria investigado e caso seja provado que as mulheres tenham recebido dinheiro, elas podem responder por falso testemunho. O crime tem pena de 2 a 4 anos, além de multa.
“Mas, não diminui outras denúncias das outras vítimas que procuraram a delegacia”, disse Maíra Pacheco. Ainda segundo a delegada, sobre as denúncias de assédio sexual, em “crimes como esse, a única materialidade são os relatos das vítimas. Temos de ter respeito em um país patriarcal”.
Na época, a delegada ainda explicou que outras pessoas estavam sendo investigadas, mas não revelou por quais crimes e nem a quantidade de suspeitos. Não existe ainda previsão de quando Marquinhos Trad deve ser ouvido pela polícia.
Matéria retirado do site Midiamax https://midiamax.uol.com.br/policia/2022/ex-servidor-da-prefeitura-filmado-com-suposta-vitima-de-marquinhos-em-cartorio-se-torna-reu/