Soraya não consegue assinaturas e CPI dos atos antidemocráticos é “enterrada”

A criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposta pela senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke (União Brasil), para apurar os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023 não deverá sair do papel, após a retirada ou a não ratificação de assinaturas de parlamentares que haviam assinado anteriormente.

Conforme informado pela assessoria da senadora, apenas 15 senadores confirmaram a assinatura até esta segunda-feira (20), mas são necessárias 27 para a abertura de uma CPI.

No pedido inicial, 39 assinaturas haviam sido colhidas, mas o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, afirmou que o requerimento foi apresentado na legislatura anterior e, por este motivo, não há obrigatoriedade de análise.

O pedido foi apresentado por Soraya Thronicke no mesmo dia das invasões das sedes dos Três Poderes, enquanto a nova legislatura começou em 1º de fevereiro.

Pacheco afirmou que, para apreciação sobre a abertura ou não, as assinaturas devem ser da legislatura atual e deu prazo até a última sexta-feira (17) para que novo documento fosse entregue com assinaturas ratificadas para “permitir o eventual aproveitamento do requerimento”.

No entanto, o requerimento de Soraya só teve 15 assinaturas ratificadas.

Mantiveram a assinatura os seguintes parlamentares:

  1. Soraya Thronicke
  2. Alessandro Vieira (PSDB-SE)
  3. Marcos do Val (Podemos-ES)
  4. Mara Gabrilli (PSD-SP)
  5. Omar Aziz (PSD-AM)
  6. Nelsinho Trad (PSD-MS)
  7. Izalci Lucas (PSDB-DF)
  8. Esperidião Amin (PP-SC)
  9. Rodrigo Cunha (Uniaão Brasil-AL)
  10. Wellington Fagundes (PL-MT)
  11. Plínio Valério (PSDB-AM)
  12. Professora Dorinha Seabra (União-TO)
  13. Jaime Bagatolli (PL-RO)
  14. Vanderlan Cardoso (PSD-GO)
  15. Efraim Filho (União-PB)

Senadores que retiraram a assinatura:

  1. Flávio Arns (PSB-PR) – retirada em 07/02
  2. Humberto Costa (PT-PE) – retirada em 15/03
  3. Leila Barros (PDT-DF) – retirada em 03/03
  4. Fabiano Contarato (PT-ES) – retirada em 16/03
  5. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) – retirada em 16/03
  6. Zequinha Marinho (PL-PA) – retirada em 17/03
  7. Weverton (PDT-MA) – retirada em 17/03
  8. Angelo Coronel – (PSD-BA) – retirada em 17/03

Senadores que não ratificaram e não retiraram assinatura

  1. Giordano (MDB-SP)
  2. Eliziane Gama (PSD-MA)
  3. Davi Alcolumbre (União-AP)
  4. Paulo Paim (PT-RS)
  5. Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)
  6. Margareth Buzetti (PSD-MT)
  7. Jorge Kajuru (PSB-GO)
  8. Jaques Wagner (PT-BA)
  9. Styvenson Valentim (Podemos-RN)
  10. Rogério Carvalho (PT-SE)
  11. Irajá (PSD-TO)
  12. Otto Alencar (PSD-BA)
  13. Eduardo Braga (MDB-AM)
  14. Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
  15. Marcelo Castro (MDB-PI)
  16. Sérgio Petecão (PSD-AC)
  17. Renan Calheiros (MDB-AL)
  18. Cid Gomes (PDT-CE)
  19. Daniella Ribeiro (PSD-PB)
  20. Luis Carlo Heinze (PP-RS)

CPI dos atos antidemocráticos

O requerimento para abertura da CPI foi protocolado em 8 de janeiro, logo após os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que o pedido de Soraya deveria ser indeferido porque as assinaturas foram feitas em legislatura anterior, e deveriam ser ratificadas, a fim de “permitir o eventual aproveitamento do requerimento”.

O documento cita um trecho do regimento interno do Senado que diz que o prazo da CPI “não poderá ultrapassar o período da legislatura em que for criada” e que “ao final da legislatura serão arquivadas todas as proposições em tramitação no Senado Federal”.

A senadora recorreu ao precedente em que o STF determinou a instalação da CPI da Pandemia, em abril de 2021.

Thronicke ressaltou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, intimou a Procuradoria Geral da República (PGR) para que dê sua opinião. Com isso, a parlamentar segue aguardando a definição.

Fonte: Correio do Estado

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