Álcool no rosto, nudez, mordaça, isqueiro e ferro de passar foram usados para torturar jovem

Com ódio, Rhayan torturou a namorada desde o dia do aniversário com requintes de crueldade que a gente costuma assistir em filmes de terror, conforme detalhou a delegada Eliane Benincasa, durante coletiva, na manhã desta terça-feira (31/1), na DAM, em Campo Grande (MS).

Em mais um episódio lamentável, uma jovem de 27 anos foi vítima de cárcere privado na casa do namorado, de 20 anos, na rua Américo Brasiliense, no bairro Vila Almeida. Ela só não entrou para as estatísticas por ter conseguido pedir ajuda em um momento de descuido, em que enviou mensagem pedindo socorro ao irmão.

A polícia foi acionada e ao chegar na casa, o namorado negou tudo, negou inclusive que a vítima estava em sua residência. “São vários atos, a delegada plantonista esteve no local, que estava sendo preservada pela polícia militar que chegou no local e teve bastante sagacidade em encontrar a vítima que obviamente pedia por socorro”, relatou a delegada.

Horror

Após comemorar o aniversário da namorada, no sábado (28/1) no veículo que o autor conduzia para sua residência, na rua Américo Brasiliense, ocorreu um bate boca entre o casal e a violência teve início. O namoro de um ano e quatro meses era conturbado pelos ciúmes excessivos dele.

O autor aplicou um mata leão e enforcou a vítima até que ela perdesse os sentidos. Quando acordou, já na casa dele, o pesadelo estava apenas começando. Ele atirou álcool (comprado em supermercado) no rosto da vítima e meteu por duas vezes uma balança de peso contra a face dela.

Desesperada e com dor a mulher começa a gritar e em seguida é ordenada que fique em silêncio. Disposto a desfigurar a namorada, o autor toma posse de um ferro de passar roupa, liga na tomada, inicialmente aproxima do rosto dela e começa a acionar o vapor quente.

A vítima grita e tenta proteger o rosto com as mãos, mais uma vez ele ordena que ela pare de se proteger, no momento em que encosta o ferro quente sem piedade. Com uso de uma fita silver tape os pés e pulsos da mulher são amarrados.

Enquanto isso, uma panela de água quente esquenta no fogão. Sem poder se defender, correr, pedir ajuda, ela é atacada novamente, dessa vez o namorado despeja água fervendo na região da virilha da vítima. Os ferimentos são condizentes com as fotos tiradas e ainda segundo a delegada ela apresenta “apresenta a face toda agredida, queimaduras em várias partes do corpo”.

Com as mãos atadas ele pede para que ela fique nua. Impossibilitada, tem as vestes arrancadas. O namorado com sadismo faz uso de um spray aerosol, que é altamente inflamável, e um isqueiro improvizando um maçarico, que usa para queimar lentamente o corpo da mulher.

Segundo o depoimento da vítima “ele fazia muito lentamente e também usando esse método chegou a queimar não só regiões do corpo da vítima, mas também cílios, sobrancelha, perna, coxa, lábio, braço e também o seio esquerdo”, explicou a delegada e prosseguiu: ” também pegou um fogareiro  de acender carvão de narguilé e encostou na perna da vítima queimando”.

Em dado momento desatou as mãos da vitima e mandou que ela tomasse banho e seguiu queimando-a. “Ele a manteve nua, pediu que ela fosse tomar banho e queimava a vítima durante o banho fazendo com que grandes tufos de cabelo caíssem ao chão e foram encontrados inclusive pela equipe policial”

Estupro

“Na sequência mantiveram relações sexuais, de acordo com ela não foram consensuais. Ela manteve relação por puro medo por toda situação que já se encontrava”, relatou a delegada.

Após estuprar e barbarizar o corpo da namorada ele foi até a farmácia e trouxe pomadas para cicatrizes, queimadura e dizia que ela só deixaria a casa quando estivesse curada das agressões, para que nada servisse como prova contra ele do ocorrido.

Em um momento de descuido ela conseguiu pegar seu celular pessoal e enviar uma mensagem ao irmão que imediatamente acionou a polícia.

A versão dele

“Inicialmente negou todos os fatos, isso foi durante a madrugada, ele foi preso em flagrante. E alega que na discussão no interior do veículo, ela teria se jogado do carro e provocado as agressões que constatamos. Alega outras conjecturas que fez em relação a como o álcool que ela cita que ele teria arremessado na face dela, ele alega que ela bateu na mão dele e o álcool caiu nela. Então você vê essa incoerência de relatos, mas no todo ele nega todos os fatos. Porém, agora ele ainda aguardando audiência de custódia na nossa cela, solicitou que fosse mais uma vez ouvido. Nesse momento ele está com a delegada plantonista falando mais uma vez sobre o oocorrido”, contou a delegada.

O monstro do bairro Vila Almeida vai responder pelos crimes de tortura, cárcere privado e estupro. O autor está preso em uma cela na DEAM.

Matéria de autoria do site A Onça

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