Nos corredores silenciosos da política, uma história cabeluda ganhou força. Um político conhecido — desses que adoram aparecer e fazer promessas em tom de bravata — apostou todas as fichas que hoje seria dia de comemorar. Estava certo de que o resultado o colocaria no topo do jogo. Tanto acreditou na própria narrativa, que mandou reservar com antecedência uma big suíte em um motel famoso da cidade, exclusivo para políticos e seus aliados mais íntimos.
O cardápio da noite incluía tudo o que uma mente corrupta pode sonhar: mulheres escolhidas a dedo, bebidas de alto custo, cigarros em profusão e, claro, a famigerada “farinha branca” que tanto circula pelos bastidores imundos do poder. A suíte estava fechada, o ambiente preparado, os celulares confiscados, e os sorrisos ensaiados. Mas faltou combinar com o destino — ou com a Justiça.
O resultado esperado não veio. A frustração tomou conta e o prejuízo foi inevitável. Sem coragem de encarar um escândalo, o político teve que pagar, no silêncio do início desta noite, a segunda metade do valor às garotas — mesmo sem festa — e ainda correu para devolver as bebidas que estavam em consignação.
O que deveria ser uma noite de euforia virou um circo de lamúrias. Ecos de choro, ranger de dentes e desespero ecoaram da suíte presidencial do motel. Aliados, antes empolgados com promessas de cargos e influência, deixaram o local em silêncio, cabisbaixos, tentando apagar vestígios do vexame.
Fica o alerta: quando a arrogância sobe à cabeça antes do resultado, o tombo costuma ser cinematográfico. E dessa vez, a cortina fechou antes do espetáculo começar. Nos bastidores do poder, a vergonha chegou primeiro que o champanhe.