Relator vota contra cassação da chapa Adriane e Camilla; julgamento no TRE-MS é adiado para 27 de maio

Primeiro voto reforça legalidade da campanha de Adriane Lopes e Camilla Nascimento; defesa sustenta ausência de provas e aponta motivação política na ação

O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) iniciou nesta terça-feira (20) o julgamento de um processo que, para muitos, carrega um claro cunho político e revela a dificuldade de certos setores em aceitar a vitória nas urnas da prefeita Adriane Lopes (PP) e de sua vice-prefeita, Camilla Nascimento (Avante). A ação foi movida pelos partidos PDT e Democracia Cristã, que alegam, sem provas contundentes, suposto abuso de poder econômico, político e religioso durante as eleições municipais de 2024.

No primeiro voto proferido, o relator do caso, juiz eleitoral Alexandre Antunes da Silva, se manifestou contra a cassação, sustentando a decisão de primeira instância que havia absolvido a prefeita e sua vice. O magistrado apontou que não há elementos suficientes para comprovar irregularidades capazes de justificar a perda dos mandatos.

O julgamento foi interrompido após o jurista Márcio de Ávila Martins Filho pedir vistas do processo. A análise será retomada na próxima sessão do TRE-MS, marcada para o dia 27 de maio.

Defesa rebate acusações e denuncia motivação política

Durante a sessão, a defesa de Adriane Lopes e Camilla Nascimento, representada pelo advogado Alexandre Padilha, destacou a falta de provas concretas por parte dos autores da ação. Padilha argumentou que as acusações são genéricas e não demonstram qualquer conduta ilícita por parte das candidatas.

O advogado ainda chamou atenção para o fato de que uma das principais testemunhas citadas, Tião da Horta, atuou diretamente na campanha de Rose Modesto, adversária de Adriane nas eleições — o que, segundo ele, levanta questionamentos sobre a imparcialidade e a real intenção da acusação.

Com o voto do relator favorável à Adriane Lopes e Camilla Nascimento seguem trabalhando por Campo Grande. Em caso de eventual decisão pela cassação, a defesa já sinalizou que recorrerá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Além do relator e do jurista que pediu vistas, ainda devem votar os seguintes membros da Corte: o presidente do TRE-MS, desembargador Carlos Eduardo Contar; os desembargadores Sérgio Fernandes Martins e Vitor Luís de Oliveira Guibo; o juiz federal Fernando Nardon Nielsen; e o jurista Carlos Alberto Almeida de Oliveira Filho, indicado pela OAB.

Representatividade feminina na política

Adriane Lopes e Camilla Nascimento formam a primeira chapa feminina eleita para o comando da capital sul-mato-grossense, o que dá ao caso uma dimensão simbólica ainda maior. Para apoiadores, o processo representa não apenas um embate jurídico, mas também uma tentativa de enfraquecer a presença feminina no centro do poder político da capital morena — algo que tem avançado com responsabilidade e respaldo popular.

A expectativa agora se volta para a próxima sessão do TRE-MS, quando os demais magistrados apresentarão seus votos. Enquanto isso, a prefeita e sua vice continuam exercendo suas funções, com tranquilidade e respaldo jurídico.

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