In Memoriam: Adeus a um gigante da cultura, morre o cineasta Cândido Alberto da Fonseca

Na manhã desta quarta-feira (23), o Mato Grosso do Sul perdeu um de seus maiores expoentes da arte e da comunicação: faleceu no Hospital do Coração o cineasta, roteirista, teatrólogo e jornalista Cândido Alberto da Fonseca. Figura essencial na história da cultura sul-mato-grossense, Cândido deixa um legado que atravessa décadas de dedicação à arte, à informação e às causas sociais.

Com uma trajetória marcada por projetos que extrapolaram as fronteiras do estado, Cândido assina obras emblemáticas como O Caçador de Onças — produção que contou com o apoio do renomado produtor Bill Footman, conhecido por trabalhar com ninguém menos que Michael Jackson. Também se destacou em produções como Conceição dos Bugres, além de documentários e programas televisivos de forte relevância social.

Cândido era jornalista formado pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, com especialização no curso de Ciências Políticas de Moscou. Nos anos 80, assumiu o cargo de diretor executivo da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, período em que fomentou políticas públicas para o setor e valorizou a produção artística regional.

Conceição e o cineasta durante as gravações em 1980. (Foto: Arquivo Pessoal)

Além do audiovisual, Cândido era um apaixonado pelo teatro e um ativista das causas indígenas. Foi o fundador da Sociedade dos Povos Indígenas Brasil, reforçando sua vocação pela luta social e pelos direitos das minorias.

Sua produção artística não se limitava aos bastidores. Atuou também em frente às câmeras, participando de curtas, médias-metragens e projetos televisivos que ajudaram a construir uma identidade cultural para o Estado. Sua contribuição à comunicação e à cultura foi, e continuará sendo, uma fonte de inspiração para as gerações futuras.

O Política Voz presta esta singela, mas profunda homenagem ao colega, ao mestre e ao tio, que com sua trajetória nos ensinou que resistir por meio da cultura é um ato de coragem. Aos amigos, admiradores e familiares, nossos sentimentos e respeito eterno. Cândido Alberto da Fonseca não foi apenas um cineasta — foi um farol cultural em meio às sombras do esquecimento.

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