Três rodovias de Mato Grosso do Sul são interditadas por protestos do MST e comunidades indígenas

Na manhã desta segunda-feira (25), três importantes rodovias de Mato Grosso do Sul foram interditadas de forma abusiva, gerando transtornos para motoristas e prejuízos à economia local. Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e comunidades indígenas decidiram tomar as vias públicas para reivindicar demandas, desrespeitando o direito de ir e vir da população e prejudicando o tráfego de mercadorias e serviços essenciais.

MST paralisa rodovias com pautas atrasadas

Na BR-262, entre Miranda e Anastácio, e na BR-164, em Antônio João, integrantes do MST decidiram fechar as estradas em nome de supostos pedidos de moradia. Cerca de 800 famílias participaram da ação, que segundo o líder regional Douglas Cavalheiro, seria uma tentativa de pressionar o Governo Federal e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

“Há mais de 16 anos existem famílias vivendo às margens das rodovias. Em abril, ocupamos a sede do Incra e saímos com promessas que não foram cumpridas. Hoje é dia de luta”, declarou Cavalheiro, ignorando que as rodovias são espaços públicos que não deveriam ser usados como instrumento de barganha política.

Os manifestantes também reivindicam cestas básicas e alimentação, além de créditos para assentados, mas não apresentam alternativas ou reconhecem falhas no diálogo anterior com o governo. Cavalheiro ainda afirmou que a liberação das rodovias só ocorrerá com o atendimento das demandas, mostrando total descaso com os transtornos causados a trabalhadores e motoristas que dependem das estradas para suas atividades.

Comunidades indígenas mantêm bloqueio por falta de água

Na BR-156, entre Dourados e Itaporã, a situação não é diferente. Famílias indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó bloquearam a rodovia alegando falta de água nas comunidades, sem considerar o impacto da interdição para quem precisa se deslocar pela região.

Segundo um comunicado assinado pelo cacique Ramão Fernandes, o bloqueio seria uma forma de denunciar a precariedade no abastecimento. “Não temos água suficiente nem para os animais. Jovens estão deixando de ir à escola por conta da falta de condições básicas”, afirmou o líder indígena.

Embora a situação de abastecimento de água mereça atenção, o uso de rodovias como palco de protestos reforça um comportamento que ignora as consequências para terceiros. Pequenos produtores, motoristas de transporte público e famílias comuns são obrigados a suportar os prejuízos causados por ações como essa.

População cobra medidas contra abusos

Os bloqueios realizados tanto pelo MST quanto pelas comunidades indígenas levantam um debate urgente sobre os limites das manifestações. A população, prejudicada pelos atos, cobra das autoridades medidas enérgicas para garantir a circulação nas rodovias e a punição de quem causa transtornos.

Ainda que reivindicações legítimas possam existir, o uso de métodos que penalizam a coletividade sem levar a resultados concretos só contribui para o desgaste das relações entre manifestantes e sociedade. Até o momento, as interdições continuam, enquanto milhares de pessoas sofrem com o caos provocado pelas ações.

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