Deputado “melancia”, com avô envolvido em corrupção e pai na máfia dos caça-níqueis, declara apoio a Rose Modesto

O deputado estadual de Mato Grosso do Sul, João Henrique Catan, declarou nesta sexta-feira (11) seu apoio à candidata Rose Modesto na corrida para a prefeitura de Campo Grande. Catan tomou essa decisão mesmo sabendo do apoio do maior líder da direita no Brasil, Jair Bolsonaro, à candidatura de Adriane Lopes, que representa a direita na capital.

Sem se importar com o fato de Rose Modesto estar cercada por nomes da esquerda, Catan e seu colega Capitão Contar, ambos ex-bolsonaristas, se aliaram ao projeto de Rose, que é apoiada por figuras importantes da esquerda de Campo Grande.

Um detalhe que chama a atenção no histórico de Catan é o envolvimento de seu pai, o advogado João Alex Monteiro Catan, em um esquema de máquinas caça-níqueis, segundo uma investigação da Polícia Federal. A operação, que se tornou conhecida como “Xeque Mate”, foi a maior ofensiva contra os jogos de azar no estado, revelando a participação de empresários e políticos no esquema. João Alex, também conhecido como “Johnny”, foi apontado como um dos líderes de um dos grupos que controlava essas máquinas em Mato Grosso do Sul.

O fantasma dessa operação ainda assombra os envolvidos, mesmo após 15 anos. O Ministério Público Estadual continua lutando para que o processo judicial siga adiante e para que todos os membros da organização criminosa sejam devidamente punidos. Em 13 de outubro deste ano, o promotor de Justiça Fábio Ianni Goldfinger reafirmou sua posição contra a extinção do processo, insistindo que o caso deve ser levado até o fim.

Em documentos obtidos pela Polícia Federal, foi revelado que João Alex Catan se aliou a outros investigados para formar um grupo independente e continuar a exploração dos jogos de azar, separando-se do também investigado Nilton Cesar Servo. A interceptação de um diálogo em abril de 2007 revelou uma negociação sobre a compra de máquinas caça-níqueis, mostrando claramente o envolvimento de Catan e seus aliados.

Além de João Alex, outros nomes conhecidos no cenário político e policial de Mato Grosso do Sul foram envolvidos, como o ex-deputado estadual e ex-comandante da Polícia Militar, coronel Ivan, e o famoso “Major Carvalho”, que saiu de MS para se tornar um dos maiores narcotraficantes do mundo.

Em 2009, o promotor Alexandre Pinto Capiberibe Saldanha revelou que um delegado recebia R$ 10 mil mensais para ignorar os jogos de azar em Campo Grande. João Alex Catan, junto a uma longa lista de policiais, coronéis, empresários e advogados, ainda responde por improbidade administrativa.

Em outra frente de polêmicas familiares, o avô de João Henrique Catan, Marcelo Miranda, ex-superintendente do Dnit em Mato Grosso do Sul, também esteve envolvido em escândalos de corrupção. Miranda foi demitido pelo Ministério dos Transportes após denúncias de irregularidades em obras nas rodovias BR-163 e BR-267, além de problemas apontados pelo Tribunal de Contas da União em contratos de obras públicas.

Essa mistura de política, corrupção e escândalos familiares coloca João Henrique Catan em mais uma lista de pessoas duvidosas que apoiam Rose Modesto.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

×

Hello!

Click one of our contacts below to chat on WhatsApp

× Quero falar com o Política Voz