Com uma década de erros estratégicos e um MDB “arcaico e desgastado”, André pode desistir de disputar a prefeitura por medo de vexame eleitoral

A possibilidade de que o ex-governador André Puccinelli (MDB) desista de sua candidatura à prefeitura de Campo Grande está muito perto de acontecer, ele pode anunciar sua retirada da corrida eleitoral por temer mais um vexame eleitoral.

Desde o início a nossa reportagem já havia comentado sobre essa possibilidade, adversários e membros do MDB já comentavam nos bastidores sobre a candidatura de Puccinelli ser mais um “plot twist” . Embora ele tenha reafirmado várias vezes sua intenção de concorrer para valorização do seu passe, também deu sinais de que poderia jogar a toalha a qualquer momento.

A principal justificativa para a desistência seria a falta de recursos do partido para a campanha. Contudo, muitos veem isso apenas como uma desculpa.

Recentemente, Puccinelli confidenciou a pessoas próximas que sua candidatura poderia ser barrada pelo diretório nacional para atender aos interesses da aliança PSDB/MDB em São Paulo, algo que o MDB local negou.

Em momento de desespero para segurar sua base, Puccinelli chegou a afirmar que a questão financeira já não seria mais um obstáculo, pois havia conseguido a promessa de um investimento de pelo menos R$ 10 milhões.

Décadas sem vitórias e um MDB arcaico

O MDB, um dos maiores partidos do país, que chegou à presidência da república com Michel Temer, atravessa uma década conturbada no Mato Grosso do Sul, marcada por sucessivos equívocos que têm reduzido sua influência política. Sob a liderança do ex-prefeito de Campo Grande e ex-governador do Estado, André Puccinelli, o partido enfrenta um momento decisivo que pode determinar sua ressurreição ou mais um fracasso.

O histórico de falhas é evidente. Desde 2014, com Nelsinho Trad, até as últimas eleições, o MDB experimentou derrotas em várias disputas eleitorais, resultando em uma redução nos quadros políticos.

Na campanha para prefeitura em 2016, o MDB apoiou a candidatura de Rose Modesto, saindo derrotado por tabela pelo ex-prefeito Marcos Trad, cria do partido que foi na ocasião para o PSD. Sem o apoio inicial ao prefeito eleito, a sigla ficou com quase nenhum espaço de expressão na gestão municipal.

Em 2018, o próprio André Puccinelli, então presidente da sigla e candidato ao governo estadual, foi preso, frustrando as expectativas do partido. A atual ministra Simone Tebet ensaiou substituir André, porém deixou o partido na mão e desistiu, transferindo o “abacaxi” para o Deputado Junior Mochi, derrotado na ocasião. Mochi deixou uma provável reeleição de deputado para cumprir a missão, acabou derrotado no governo e sem mandato no estado.

A candidatura do Deputado Márcio Fernandes em 2020, também não decolou, sendo considerada até por pares partidários como uma candidatura “xuxu” sem gosto nenhum e sem expressão, mais uma derrota que deixou o MDB em uma posição ainda mais frágil e sem espaços.

2022 seria o ano, sem impedimentos na justiça o comandante da sigla André Puccinelli seguia líder em todas as pesquisas, sendo considerado imbatível por filiados, porém permanecia com alto índice de rejeição. Ex-correligionários que hoje navegam em outros barcos citavam até que André teria mais de 200 mil votos de diferença do segundo colocado para o segundo turno, porém André foi derrotado e nem sequer foi para o segundo turno. André também errou na escolha do seu vice, deixando de lado o vereador Pappy (ex-Solidariedade), que poderia ser posteriormente uma das renovações Andrezistas.

Após amarga derrota no primeiro turno, Puccinelli declarou apoio ao candidato Capitão Contar, que terminou derrotado e também demonstrou em diversas ocasiões não ter simpatia pela “figura” do ex-governador, por gerar desgastes na ala Bolsonarista.

Contribuição site DDD67 e Jornalista Douglas Duarte

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