Prefeitura leva desafios encontrados na expedição para 4º Fórum dos Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico

Os desafios encontrados pela equipe da Prefeitura de Campo Grande durante a III Expedição Rila serão apresentados no 4º Fórum dos Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico Capricórnio, em Iquique, nesta terça-feira (28). O evento reunirá autoridades do Chile, Brasil, Argentina e Paraguai. A prefeita Adriane Lopes cumpre agenda oficial no país vizinho e destaca a importância da participação dos técnicos da Prefeitura na expedição.

“Nossos técnicos de Campo Grande vão avaliar as possibilidades comerciais da Rota Bioceânica, que já estão sendo trabalhadas há alguns meses, e isso inclusive culminou na instalação de um escritório chileno em Campo Grande. As equipes da Prefeitura vão avaliar as perspectivas e colocar em prática também o Parque Tecnológico, que tem interesses na Rota Bioceânica, assim como a Sidagro, possui interesses econômicos e no escoamento de produção para a Ásia. Já recebemos as delegações aqui por inúmeras vezes, mas agora chegou a hora de mostrar nosso interesse no Chile”, ressalta a prefeita.

Um dos desafios já encontrados é a questão sanitária e alfandegária. O secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Adelaido Vila, destaca que as informações de que o veículo refrigerado ficou retido na receita federal por falta de documentação mostram que o projeto cumpre com o propósito de entender os obstáculos para os empresários no contexto da RILA. “O mercado precisa conhecer melhor sobre a viabilidade do traçado e por mais que existam pontos a serem corrigidos, o Corredor Bioceânico já é uma realidade. Esse levantamento que estamos fazendo na viagem só vem ao encontro de tudo que a Prefeitura vem preparando para sermos a Capital da Rota Bioceânica”, afirma.

Os 108 tripulantes da III Expedição Rila saíram de Campo Grande em 35 camionetes no dia 24 de novembro. Da Capital passaram por Sidrolândia e tocaram até Porto Murtinho, onde fizeram a travessia de balsa (gargalo logístico) para Carmelo Peralta. Foram 439 quilômetros rodados até este trecho.

No 2º dia de viagem foram até Loma Plata, no Paraguai, onde verificaram a construção da ponte, que está 40% efetuada. As equipes também se encontraram com empresários das comunidades menonitas que estão instaladas no coração do chaco paraguaio. As colônias Neuland, Chortirzer e Fernheim se dedicam ao agronegócio, em especial na produção de lácteos, como iogurtes, queijo e manteiga, indústria frigorífica e grãos.

“Foi uma grande surpresa encontrar tanta riqueza numa região tão inóspita para a sobrevivência humana e o desenvolvimento de atividades produtivas. A região é praticamente isolada e sem conectividade para o comércio internacional, necessita de investimento em várias áreas, especialmente infraestrutura. Mas possui solo muito fértil, apesar da pouca água”, diz Adelaido Vila. Neste trecho foram mais 270 quilômetros da viagem.

No dia 26 de novembro, a expedição chegou a San Salvador de Jujuy, o trecho entre Loma Plata, Filadélfia e Mariscal Estigarribia surpreendeu a todos com as excelentes estradas. Mas a aventura seguiu e a poeira e lama no “inferno verde” tomaram conta até a fronteira com a Argentina. Foram mais de 100 quilômetros sem pavimentação, sem posto de combustível, restaurante, hotéis, sem infraestrutura e/ou sinal de civilização.

O trecho mais impactante da viagem sem dúvidas é a passagem pela Cordilheira dos Andes e o Deserto do Atacama. Aqui, os viajantes penetraram nas Salinas Grandes (Deserto de Sal) e alcançaram a marca de 4.200 metros acima do nível do mar. Após atravessar o Paso de Jama (fronteira entre Argentina e Chile) chegaram até San Pedro de Atacama, um oásis no meio do deserto com inúmeras belezas naturais.

O norte argentino possui cidades com centros históricos e museus incríveis. Aposta também no turismo e numa gastronomia “do campo para a mesa”, produção relevante de legumes e hortaliças, com destaque para cebola e tomate. A região é a maior exportadora de cítricos, tem toda a cadeia produtiva instalada, desde o cultivo ao processamento e comercialização das laranjas, limões e pomelo.

A região também tem muito lítio, que é usado na indústria de baterias automotivas e também, na farmacêutica. Há ainda a possibilidade de a região se tornar um dos centros logísticos multimodais para a RILA com um pequeno parque siderúrgico/industrial.

O quinto dia e conclusão da viagem até Iquique reservou aos participantes lindas paisagens e culturas andinas, indígenas e pré-colombianas. O Atacama, o deserto mais árido do mundo, também é local de desenvolvimento de astronomia profissional e amadora. Há alta presença de minerais, com destaque para o cobre e potencial de crescimento de hidrogênio verde.

A ZOFRI (Zona Franca de Iquique) é hoje um dos principais locais de comércio de produtos industrializados de alta tecnologia. Também há o porto onde é realizada a pesca industrial e a conexão Ásia-Pacífico na logística Internacional.

Todas as dificuldades e gargalos encontrados no percurso serão apresentados pelos integrantes da 3ª expedição da RILA no 4º Fórum dos Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico, que acontecerá entre os dias 28, 29 e 30 de novembro. Para Paulo César Fialho, gestor do Escritório Internacional de Campo Grande, o encontro em Iquique é a possibilidade de materializar as relações sociais, culturais e econômicas com empresários e autoridades da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile e Paraguai, além de o evento contar com a presença de empresários chineses com tradição em comércio internacional.

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