O ex-presidente Jair Bolsonaro viajou para Goiânia na sexta-feira (18), onde recebeu o título de cidadão honorário do município. A cerimônia ocorreu na Assembleia Legislativa de Goiás, em sessão solene reservada.
No ato, Bolsonaro afirmou: “Sei dos riscos que corro em solo brasileiro, mas não podemos ceder”. Ele também tratou do cenário eleitoral para 2026, após ter se tornado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Temos que trabalhar para que, em 2026, possamos ter um candidato bastante competitivo. Quem será o candidato? O tempo dirá”.
A agenda em Goiânia é uma maneira de Bolsonaro dar um ar de normalidade à sua rotina em meio ao cerco da Justiça sobre ele e pessoas próximas, no âmbito do caso que investiga um suposto esquema ilegal de venda de joias no exterior. Na quinta-feira (17), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente.
Além disso, o entorno de Bolsonaro aguarda qual será a postura do ex-ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cid, perante a Justiça. O advogado de Cid, Cezar Bitencourt, chegou a dizer na quinta que o militar apontaria Bolsonaro como o mandante do esquema. Contudo, nessa sexta, o advogado recuou.
A defesa de Jair Bolsonaro nega que ele tenha cometido irregularidades e diz que ele já se prontificou voluntariamente a apresentar, ao Tribunal de Contas da União (TCU), presentes que ganhou de governos estrangeiros.
Além disso, o hacker Walter Delgatti Neto acusou Bolsonaro, em depoimento à CPMI do 8 de janeiro, de ter comandado uma trama contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022. O objetivo seria invadir o sistema das urnas eletrônicas e descredibilizar o sistema eletrônico de votação.
Ex-secretário de Bolsonaro e membro da defesa do ex-presidente, Fábio Wajngarten afirmou que Delgatti “mente, mente e mente” no depoimento.