Uma semana após corte nas refinarias, postos de combustíveis não repassam redução no preço da gasolina em MS

Mesmo após o anúncio da Petrobras de redução de R$ 0,17 no litro da gasolina vendida às refinarias, o desconto ainda não chegou aos consumidores de Mato Grosso do Sul. Nas bombas, o valor deveria cair R$ 0,12 por litro a partir do dia 3 de junho, mas, na prática, a queda passou despercebida pela maioria dos motoristas.

A média de consumo diário no Estado gira em torno de 1,8 milhão de litros de gasolina, conforme dados do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência (Sinpetro-MS). Com isso, os donos de postos estariam “embolsando” aproximadamente R$ 220 mil por dia, valor que pode chegar a R$ 6,6 milhões em um mês — caso o desconto continue sendo ignorado.

“Nos três primeiros meses de 2025, a média de comercialização foi de 55 milhões de litros por mês”, detalhou ao Correio do Estado o diretor-executivo do Sinpetro-MS, Edson Lazarotto. Dividindo esse volume por 30 dias, chega-se à média diária de 1,83 milhão de litros vendidos.

Apesar da expectativa de redução no preço final, levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aponta que o preço médio do litro da gasolina no Estado se manteve estável em R$ 6,05 nas últimas três semanas. A pesquisa, realizada em 50 postos de combustíveis, revelou uma queda ínfima de R$ 0,04 no valor mínimo encontrado — de R$ 5,65 para R$ 5,61 — um alívio quase imperceptível para o bolso do consumidor.

Em Campo Grande, o cenário não é diferente. A gasolina comum teve preço médio de R$ 5,84 entre os dias 18 de maio e 7 de junho, segundo monitoramento semanal da ANP. Os valores praticados continuam praticamente inalterados, mesmo após o corte anunciado nas refinarias.

A Petrobras justificou a redução afirmando que ela foi motivada pela queda no preço internacional do barril do petróleo. O combustível estava há 328 dias sem reajustes — desde julho de 2024 — e o anúncio da queda de 5,6% nos preços foi recebido com otimismo pelos consumidores, que agora se sentem lesados.

Diesel também não escapa da retenção dos descontos

A situação do óleo diesel também levanta suspeitas de retenção de lucro no varejo. Em 2024, não houve reajuste pela Petrobras, mas, neste ano, o produto teve aumento de R$ 0,22 no início do ano, seguido por três reduções que somaram R$ 0,45.

Mesmo assim, no recorte dos últimos 12 meses, o diesel comum subiu de R$ 5,89 para R$ 6,07, um aumento de R$ 0,18. Já o diesel S10 teve leve oscilação, saindo de R$ 5,96 para R$ 6,03 — também de acordo com a ANP.

Diante dos dados, especialistas questionam: quem está lucrando com a diferença? A ausência de fiscalização efetiva e a falta de transparência dos postos alimentam a desconfiança de que os consumidores estão sendo enganados — pagando mais por um combustível que já deveria estar mais barato.

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