Relatório final da CPI das Bets, liderada pela senadora Soraya Thronicke, promete abalar o império das casas de apostas online e expor os rostos por trás de um dos maiores escândalos digitais da década.
Brasília vive momentos de tensão nesta semana com a reta final da CPI das Bets, comandada com pulso firme pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). A parlamentar sul-mato-grossense peitou interesses bilionários, bateu de frente com empresários e influenciadores famosos e agora está prestes a apresentar um relatório explosivo, que pede o indiciamento de 16 pessoas envolvidas num esquema que movimenta cifras astronômicas à custa da ilusão e vício da população.
Entre os alvos da relatora estão influenciadores digitais, empresários e representantes de casas de apostas, todos envolvidos em práticas suspeitas, publicidade predatória e ausência total de responsabilidade social. A CPI, que sofreu sabotagem interna com baixa adesão parlamentar e boicote nas convocações, ganhou relevância graças à coragem e persistência de Soraya.
“O que estamos enfrentando aqui é um sistema altamente lucrativo, perigoso e completamente desregulado. Gente que lucra em cima do desespero de quem aposta o último centavo na esperança de mudar de vida”, afirmou Soraya em tom de indignação.
O relatório final, que será apresentado nesta terça-feira (10), traz mais do que acusações: propõe 18 projetos de lei e 21 medidas concretas para colocar um freio no avanço descontrolado das apostas online. Entre os destaques está a criação de um cadastro nacional de apostadores, a criminalização da publicidade predatória e mecanismos rigorosos de controle financeiro.
Influência digital na mira
A CPI ficou marcada pela presença — e ausência — de grandes nomes da internet, como Virgínia Fonseca, que negou qualquer arrependimento pelas propagandas que fez, e a advogada-influencer Deolane Bezerra, que sequer compareceu às oitivas. Nomes como GKay, Jojo Todynho e Jon Vlogs foram convocados, mas nunca chegaram a depor.
Apesar da resistência dos convocados e da lentidão do Senado, a comissão não fugiu de confrontos. Em um episódio histórico, o empresário Daniel Pardim foi preso ao vivo, durante sessão da CPI, acusado de falso testemunho. A ordem foi dada pelo presidente da comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR), após Soraya desmascarar contradições gritantes em seu depoimento.

Os números que assustam
Foram 20 reuniões, 18 pessoas ouvidas, 312 requerimentos apresentados e 162 ofícios enviados — um trabalho que, apesar das dificuldades impostas, conseguiu desnudar uma indústria bilionária sem freios nem regras.
Mesmo com a sabotagem institucional e o medo visível de muitos parlamentares em comprar essa briga, Soraya seguiu firme. A CPI não será lembrada pela quantidade de depoimentos, mas sim pela qualidade das revelações e pela valentia da senadora, que colocou em xeque um setor intocável até então.
Uma senadora contra o sistema
A atuação de Soraya Thronicke nesta CPI consolida seu nome como uma das vozes mais combativas do Senado. Ao enfrentar celebridades, milionários e lobbies obscuros, ela não apenas cumpriu seu papel: colocou a segurança digital e a saúde mental dos brasileiros em pauta nacional.
Com o relatório final sendo apresentado nesta terça-feira (10) e a votação marcada para quarta-feira (11), o Brasil assiste à conclusão de uma das investigações mais corajosas da história recente do Congresso. Se depender de Soraya, o jogo sujo das apostas online está com os dias contados.