O influenciador digital Murilo Cesar Carneiro da Silva, mais conhecido como “Pagodinho”, foi condenado pela Justiça a 4 anos, 8 meses e 17 dias de reclusão em regime fechado, além do pagamento de R$ 20 mil de indenização à vítima. A sentença diz respeito a uma série de crimes cometidos durante as eleições municipais de 2024, em Nova Andradina, cidade a 298 km de Campo Grande.
A condenação do blogueiro inclui os crimes de violência política de gênero, divulgação de fake news com objetivo eleitoral e desobediência à ordem judicial. Ele foi um dos principais alvos da Operação Fake Fire, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em outubro de 2024.
Violência e humilhação contra mulher na política
Segundo a sentença, Murilo usou seu canal de grande audiência para atacar e humilhar uma candidata mulher, numa campanha sistemática de constrangimento público. As postagens, recheadas de insultos e desinformação, foram classificadas pela Justiça como violência política de gênero, prática criminosa que visa desestimular a participação feminina nos espaços de poder.
Além dos ataques, o blogueiro também desafiou decisões judiciais que ordenavam a remoção de conteúdos ilegais e, de forma reincidente, espalhou fake news para manipular o processo eleitoral.
Histórico sombrio de escândalos
A ficha de Murilo não para por aí. Em 2022, ele já havia sido condenado a pagar R$ 5 mil por divulgar nas redes sociais do “Nova Fogo” um vídeo de conteúdo sexual envolvendo uma jovem de 21 anos. O caso, à época, gerou revolta e ampla repercussão.
Atualmente, o blogueiro responde a diversos processos por calúnia e difamação, sendo figura conhecida nos corredores do Judiciário sul-mato-grossense por sua atuação polêmica e agressiva nas redes.
Defesa promete recorrer
A reportagem procurou o advogado Fábio Trad, responsável pela defesa de Murilo. Em nota, o jurista afirmou que irá recorrer da decisão, pois “entende que existem provas para absolvê-lo de todas as imputações”.
A condenação de “Pagodinho” é uma resposta direta ao uso criminoso da internet para a prática de violência política, uma ameaça crescente à democracia, especialmente quando dirigida a mulheres que ousam disputar espaço no poder.
