Deputado João Henrique Catan promove empresa envolvida em golpe cruel contra aposentados

João Henrique Miranda vira defensor de firma investigada por desviar dinheiro de idosos; Polícia Federal revela rede criminosa que operava descontos fraudulentos no INSS

Enquanto a Polícia Federal desbaratava um dos mais cruéis esquemas de roubo institucionalizado contra aposentados do INSS, o deputado estadual João Henrique Miranda Soares Catan (PL) aparecia como um entusiasta de uma das empresas beneficiadas pelo esquema: a Prevident Assistência Odontológica S.A.

Em vídeo registrado em sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, João Henrique tece elogios públicos à empresa que, segundo a PF, recebeu R$ 16,3 milhões da associação AMBEC, investigada por aplicar descontos indevidos nos benefícios de aposentados — tudo à revelia das vítimas.

“Hoje, a Prevident, que é uma empresa séria… tem mais de 37 anos no mercado… 20 mil dentistas… cancelou contrato com outra empresa e suspendeu os atendimentos porque não recebia os repasses”, declarou o parlamentar, em tom de indignação.

A fala, feita em tom de defesa, agora soa como um escândalo político, já que a mesma empresa virou alvo direto de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal por envolvimento no desvio de milhões de reais que deveriam ir para aposentados. A ex-diretora e o atual presidente da Prevident foram alvos da operação. O atual dirigente, segundo o relatório da PF, também presidiu a própria AMBEC, demonstrando a ligação direta entre a associação e a empresa beneficiada.

O esquema: dinheiro arrancado de aposentados

A AMBEC, segundo auditorias da CGU e do TCU, realizava descontos indevidos em aposentadorias do INSS, sem o conhecimento ou autorização das vítimas. O dinheiro era repassado para empresas parceiras, como a Prevident. No relatório da investigação, o delegado afirma:

“…tendo recebido a quantia de R$ 16.365.082,20 da ‘AMBEC'”, conforme consta no RIF n.º 109.535.

No total, 22 mandados de busca e apreensão foram autorizados pela Justiça Federal, atingindo empresas, empresários e associações que operavam em conjunto nesse verdadeiro esquema de sangria silenciosa das aposentadorias.

Baixarias e acusações infundadas

Durante a mesma sessão, João Henrique ainda atacou sem provas a diretoria da Cassems, plano de saúde dos servidores públicos, sugerindo irregularidades e “desmandos”. A reação da Casa foi imediata: colegas o repreenderam e acusaram o parlamentar de disseminar fake news e praticar ataques levianos.

Apesar da pressão, o deputado ignorou os alertas e manteve os ataques e elogios públicos à empresa investigada.

Será que o deputado herdou os vícios do avô e do pai, que têm gosto pelas coisas erradas?

Até o momento, João Henrique não se retratou, não esclareceu sua fala nem explicou os motivos que o levaram a defender uma empresa sob investigação federal. A pergunta que fica: por que tanto zelo em proteger uma firma envolvida em escândalo milionário contra aposentados?

O espaço segue aberto para manifestação do deputado e da empresa. Mas a população, sobretudo os aposentados lesados, esperam mais do que respostas: esperam justiça.

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