Nesta terça-feira (6), a vice-prefeita de Campo Grande, Camilla Nascimento, concedeu entrevista à rádio Difusora Pantanal. O bate-papo com o jornalista B. de Paula foi marcado por reflexões sobre sua trajetória política, desafios à frente da Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) e o compromisso com a transformação da pasta.
Logo no início, B. de Paula relembrou a última entrevista com Camilla antes da eleição de 2024, destacando o momento de emoção vivido por ela durante a conversa. Em seguida, perguntou o que mudou em sua vida desde então.
A vice-prefeita foi direta: “A exposição mudou, é muito maior, mas os maiores pontos são positivos: o ponto positivo é que podemos fazer mais, o seu braço alcança muito mais o que você já pensou e isso não tem preço.”
Ela destacou o tamanho da estrutura da SAS, reconhecendo a complexidade da pasta e a incompreensão de parte da sociedade sobre sua real função. “Se torna às vezes muito complicada pela falta de conhecimento das pessoas que confundem com assistencialismo e têm uma interpretação errada da pasta.”
A gestora ainda ressaltou que diversas ações que gostaria de colocar em prática esbarram em questões legais: “Reitera, a legislação não pode ser infligida.”
Durante a entrevista, B. de Paula trouxe à tona situações cotidianas envolvendo pessoas em situação de rua, mencionando que muitos não querem ser ajudados e buscam apenas o assistencialismo. Camilla confirmou:
“Temos um trabalho muito intenso em cima disso. Temos o SEAS, são equipes que vão até essas pessoas, insistem tanto para acolher até inserir no mercado de trabalho, tentar normalizar a vida, socializar. A gente tá pegando na mão, mas muitos não querem.”
Ao ser indagada sobre a criminalidade associada à vulnerabilidade social, a titular da SAS foi pontual ao citar uma operação realizada no centro da cidade:
“Foi uma operação da SAS com a Guarda Civil Metropolitana e com a PM no centro da cidade, para identificar quem são as pessoas em situação de vulnerabilidade e quem está a serviço do crime.”
Ela também falou sobre os desafios enfrentados por estrangeiros que buscam regularizar sua situação no Brasil: “Tentam tirar documentos, tentam se inserir no mercado de trabalho.”
Um dos momentos mais esperados da entrevista foi quando B. de Paula perguntou sobre a relação entre Camilla e a prefeita Adriane Lopes. A vice-prefeita afirmou:
“Tenho liberdade dentro da gestão, há respeito nas decisões e a Adriane sempre pede minha opinião e conversa comigo.”
Em relação às dificuldades enfrentadas pela SAS, Camilla foi categórica ao apontar o orçamento como o principal obstáculo: “Não é definido como saúde. A SAS necessita de emendas e precisa ser mais olhada pelos parlamentares.”
Ao abordar o plano de trabalho da pasta, a secretária foi enfática: “Quero fazer uma revolução dentro da pasta. O principal foco é trazer resultados, transformando o formato, trabalhando até sem horário. No meio do ano será entregue o plano de ação, que vai entregar os resultados antes dos 4 anos. A intenção é desburocratização.”
Entre as mudanças administrativas promovidas, destacou a agilidade nos processos internos: “Destaca a celeridade em assinaturas, que antes precisavam ter várias assinaturas, Camilla mudou e fez um carimbo único para trazer agilidade nas demandas e processos.”
Encerrando a entrevista com tom descontraído, B. de Paula brincou: “Você acabou com festa de muita gente.” A vice-prefeita respondeu com firmeza:
“A gente fica bem quisto por alguns e mal quisto por outros, mas eu não ligo, eu quero resultados.”