Se depender da militância da direita, Mara Caseiro pode voltar para o camarote das pautas identitárias. Uma fonte de dentro do PL revelou ao Política Voz que a deputada é considerada “feminista demais” para os padrões do partido — e, convenhamos, isso não é elogio vindo da ala bolsonarista. Aparentemente, o discurso de empoderamento de Mara não empolga ninguém que usa verde e amarelo de verdade.
Segundo a fonte, a resistência ao nome de Caseiro não é só por birra, é por convicção. “Ela não agrega à direita, nunca esteve com Bolsonaro nas trincheiras. Aqui é projeto de nação, não militância de lacre”, afirmou a liderança, em tom ácido.
Enquanto a esquerda ainda tenta pintar feminismo como sinônimo de virtude, no PL o papo é reto: ou soma com os valores conservadores ou nem bata na porta. E Mara, com seus discursos progressistas, mais parece candidata ao PSOL do que alguém apta a entrar no partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Mais que rejeitada, Mara virou o meme do mês nos bastidores: “Quer entrar no PL falando de feminismo? Vai de salto alto e volta de rasteirinha”, ironizou um dos filiados.
A verdade é que Mara Caseiro, com todo o seu “poder feminino”, tropeçou na realidade: no PL, lacração não tem vez. Aqui o lema é Deus, Pátria, Família… e não slogans de militância progressista. Se quer plateia pra discursar sobre “autonomia do corpo” e empoderamento de palco, talvez a próxima parada seja uma assembleia estudantil — não o palanque da direita conservadora.
Discurso no “Delas Day” enterrou sua entrada no PL
Uma das fontes presentes no evento relatou que o discurso de Mara durante o “Delas Day” causou desconforto geral. O tom foi totalmente destoante do que se espera de uma liderança conservadora: fala feminista, cheia de chavões sobre empoderamento e protagonismo feminino. Tudo isso enquanto os conservadores da base bolsonarista defendem meritocracia, valores tradicionais e compromisso real com a direita.
O incômodo foi tamanho que uma das maiores lideranças presentes não escondeu a decepção. A avaliação foi dura: o discurso mostrou que Mara tenta usar a direita como trampolim político, sem afinidade com o projeto ideológico. A possível filiação ao PL, segundo a fonte, parece mais conveniência do que convicção. E no partido de Bolsonaro, oportunismo disfarçado de empoderamento não cola.
Como resumiram os próprios filiados do partido ao Política Voz: “No PL, ou se alinha com Bolsonaro ou segue o baile. De salto, de coturno ou descalça — mas fora do partido.”