Quadrilha acusada de desviar R$ 3 milhões de prefeituras do Paraná é alvo de operação em nove estados, incluindo Mato Grosso do Sul

Uma megaoperação deflagrada nesta terça-feira (8) escancarou um esquema criminoso que teria desviado mais de R$ 3 milhões dos cofres públicos de cinco prefeituras do Paraná. A Polícia Civil prendeu 29 pessoas suspeitas de integrar a quadrilha, que é investigada por estelionato e associação criminosa.

Entre os estados onde foram cumpridos os mandados de busca e apreensão está o Mato Grosso do Sul. A ação, coordenada pela Polícia Civil do Paraná, mobilizou agentes em outras oito unidades da federação: Ceará, São Paulo, Rio Grande do Norte, Goiás, Piauí, Santa Catarina, Pará e Distrito Federal. Ao todo, foram expedidos 79 mandados judiciais.

Durante a operação, foram apreendidos celulares, cartões bancários, documentos e outros itens ligados aos investigados, que agora estão sob análise das autoridades.

Esquema sofisticado

As investigações tiveram início em 2023, após prefeituras das cidades de Doutor Camargo, Iporã, São Manoel do Paraná, Roncador e Paranapoema relatarem desvios milionários em suas contas públicas. Segundo a polícia, 38 pessoas teriam se beneficiado diretamente das transferências ilícitas — grande parte delas residindo nos estados do Ceará e São Paulo.

O grupo criminoso utilizava uma estratégia ardilosa e tecnológica: se passava por funcionários de instituições financeiras e entrava em contato com os setores financeiros das prefeituras. Por telefone ou e-mail, solicitavam a “atualização de dados bancários” para supostos pagamentos.

O delegado Gustavo Mendes Marques de Brito, responsável pelo caso, detalhou o modo de atuação da quadrilha: “De posse dos dados, os criminosos acessavam as contas públicas e realizavam transferências fraudulentas, que eram rapidamente pulverizadas entre diversas empresas de fachada”, afirmou.

A Polícia Civil também apura se o grupo usava técnicas de engenharia social — uma forma de manipular o comportamento das vítimas — para facilitar o acesso às informações sigilosas das administrações municipais.

O caso evidencia mais uma vez a vulnerabilidade de prefeituras em todo o país diante de criminosos cada vez mais especializados em fraudes digitais. A investigação segue em curso e outras prisões não estão descartadas.

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