A Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) enfim virou a página. Nesta terça-feira (8), Estevão António Petrallas foi eleito presidente da entidade em meio a uma das fases mais turbulentas da história do futebol sul-mato-grossense. Ele já ocupava a presidência de forma interina desde a queda de Francisco Cezário, investigado por corrupção e afastado do cargo.
A eleição foi realizada durante Assembleia Geral Extraordinária no Grand Park Hotel, em Campo Grande, com a participação dos 51 clubes filiados à FFMS, todos aptos a votar. Petrallas venceu uma disputa acirrada contra outros cinco candidatos: Américo Ferreira da Silva Neto, André Delgado Baird, Antonio Vieira Cesário da Cunha, Marco Antônio de Araújo e Paulo Sérgio Teles.
Ao assumir definitivamente o cargo, Petrallas prometeu reconstruir a imagem da federação. “A partir de agora, temos legitimidade e representatividade no futebol de MS. Há 40 anos não acontecia um ato tão aberto e democrático como esse. É um orgulho para nós”, declarou, visivelmente emocionado.
Salários milionários e bastidores de poder
Além da relevância política, o cargo também chama atenção pelo peso financeiro. Reportagem da Revista Piauí revelou que a presidência da FFMS pode render até R$ 215 mil por mês, valor que escancara o quanto está em jogo nos bastidores da federação.
A convocação da eleição seguiu os ritos do estatuto da entidade, com publicação de edital e apresentação formal das propostas de cada candidato — 15 minutos para cada um convencer os votantes de que é capaz de comandar o futebol do Estado.
“Começo do zero, com sangue novo”, diz Petrallas
Ao ser questionado sobre sua gestão interina e o novo desafio, Petrallas adotou tom combativo e renovador. “Eu inicio agora. Não me vejo aos 65 anos como um velho. Essa experiência tenho justamente porque experimentei o sal sem o gosto que tem. Começo do zero, com sangue e gás novos”, afirmou.
A eleição marca um momento decisivo para a FFMS, que tenta se reerguer após a queda de Cezário, um nome que por décadas foi sinônimo de poder, mas agora virou símbolo de escândalo.
Estevão Petrallas, que já presidiu o Operário e foi indicado interinamente pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), assume oficialmente o comando com a missão de devolver credibilidade à federação — e de provar que é possível fazer futebol com lisura, mesmo diante de tantas cifras e interesses.