Alisson Benítez Grance, o fanfarrão Dumato, não é apenas um simples traficante. De acordo com diversas denúncias oferecidas pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul, ele era o cabeça de uma quadrilha altamente organizada que usava o sistema dos Correios para despachar drogas a diversos cantos do Brasil — uma estratégia ousada que chocou até os investigadores mais experientes.
Segundo as investigações, Dumato remeteu pelo menos oito encomendas com maconha para Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, totalizando quase 1,5 kg da droga. Mas o esquema era ainda maior: outras remessas, com quase 9 kg de maconha, foram encaminhadas para destinatários nos estados de Minas Gerais, Bahia, Amapá, São Paulo e Goiás. Tudo meticulosamente embalado e camuflado em objetos para dificultar a identificação do conteúdo. A polícia precisou recorrer a cães farejadores para descobrir o que os olhos humanos não conseguiam detectar.Isso é o que as autoridades conseguiram pegar — mas quantas outras encomendas passaram despercebidas, usando nomes de laranjas ou pessoas a serviço do crime? A pergunta assombra os bastidores da investigação e levanta um alerta sobre o nível de infiltração do tráfico em estruturas logísticas oficiais.

PERÍCIA CONFIRMA ENVOLVIMENTO DE DUMATO NO ESQUEMA DE TRÁFICO
O cerco se fechou ainda mais contra Alisson Benítez Grance, o Dumato, após a conclusão de um laudo pericial papiloscópico que reforça de forma incontestável sua ligação com o esquema criminoso. Segundo o documento técnico de nº 138/2023, assinado por peritos da Polícia Federal, fragmentos de impressões digitais encontrados em declarações de conteúdo e invólucros utilizados no envio das drogas foram analisados e comparados com dados dos sistemas MBIS/PF e ABIS/PCMS.

O resultado foi avassalador: as impressões digitais coincidiam com o polegar esquerdo de Alisson Benítez Grance, constando em sua ficha civil com o RG. A análise morfológica confirmou a identidade com base em características como forma, direção e sentido das linhas do campo digital.
A constatação técnica é categórica: foi o próprio Dumato quem manuseou os pacotes utilizados no tráfico, colocando-o no centro da operação criminosa. Essa evidência científica derruba qualquer tentativa de negação e torna irrefutável sua participação direta no envio de maconha dry pelos Correios para vários estados do Brasil.
Dumato tentava se ocultar da justiça
A juíza May Melke Amaral foi firme ao determinar a citação do investigado, mas Dumato parecia determinado a se esconder. Por diversas vezes, oficiais de justiça tentaram localizá-lo, todas sem sucesso. Em uma verdadeira fuga das autoridades, ele se ocultava e mudava de paradeiro com frequência. Só recentemente foi possível localizá-lo e citá-lo formalmente, momento em que a juíza ordenou que o investigado mantenha seu endereço sempre atualizado — uma exigência que demonstra o cerco se fechando.

ÓDIO À PREFEITA ADRIANE LOPES
Fontes revelam que Dumato nutre um ódio declarado pela prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes. Foi comprovado que essa raiva tinha um motivo claro: a Guarda Civil Metropolitana, subordinada à gestão da prefeita, foi responsável por desmantelar seu esquema criminoso. As operações comandadas pela força municipal atingiram diretamente o núcleo da quadrilha, comprometendo as remessas, apreendendo drogas e interrompendo a atuação do grupo.

Na apreensão mais recente, foi justamente a Guarda Municipal quem conseguiu desmantelar mais um elo da organização chefiada por Dumato, reforçando o papel firme e decisivo das forças locais de segurança no combate ao tráfico que insiste em se infiltrar no cotidiano da população.
A MACONHA “DRY”: O VENENO QUE DESTRÓI LARES
Entre as drogas enviadas pela quadrilha de Dumato, chamou atenção das autoridades o uso da chamada “maconha dry”, uma versão mais potente e devastadora da droga, derivada do haxixe. Seu preparo envolve uma concentração elevada de THC, o princípio ativo responsável pelos efeitos alucinógenos e dependentes. Alto valor por ser uma super maconha, discreta e fácil de transportar, essa droga vem causando estragos silenciosos em várias regiões do país, arruinando vidas, destruindo lares e mergulhando jovens no vício com rapidez impressionante. Relatos apontam para famílias desfeitas, surtos psicóticos, evasão escolar e envolvimento com o crime após o consumo frequente dessa substância — e era justamente esse o produto que Dumato fazia circular como se fosse mercadoria qualquer. A quadrilha lucrava enquanto comunidades inteiras pagavam o preço com sofrimento e dor.