A crise na saúde de Campo Grande tem culpado claro: Marquinhos Trad. Durante sua gestão, o sistema de saúde pública foi negligenciado, empurrado para um colapso anunciado. Desde 2019, a prefeitura deixou de reajustar os contratos da Santa Casa, o maior hospital da cidade, gerando um rombo impressionante de R$ 432 milhões anuais. O resultado? Paralisação de atendimentos ambulatoriais e cirurgias eletivas, colocando em risco a vida de milhares de campo-grandenses. Enquanto isso, Trad focava na própria carreira política, deixando para trás um rastro de desmonte e abandono.
O mais revoltante é a tentativa do ex-prefeito de vender a narrativa de uma gestão “bem-sucedida”, alegando que deixou R$ 1 bilhão em caixa. No entanto, essa quantia é insuficiente para cobrir sequer o déficit da Santa Casa, que amarga uma dívida mensal de R$ 12 milhões. A realidade é brutal: a administração de Marquinhos Trad foi financeiramente desastrosa. Ele repetidamente violou a Lei de Responsabilidade Fiscal, não aplicando o mínimo constitucional de 15% na saúde, e deixou um passivo que compromete o funcionamento dos serviços essenciais. Para piorar, suas contas seguem sob escrutínio do Tribunal de Contas do Estado (TCE), levantando suspeitas sobre o que realmente ocorreu nos bastidores.
COLAPSO ANUNCIADO: SANTA CASA NO LIMITE

A Santa Casa, referência em Mato Grosso do Sul, esteve à beira do colapso em 2020, ainda na gestão de Marquinhos Trad. Superlotada e sem insumos, a unidade enfrentou um verdadeiro caos, escancarado em coletiva de imprensa da diretoria do hospital no dia 16 de setembro daquele ano. Pacientes aguardavam por atendimento em corredores, faltavam medicamentos, e a pressão sobre a equipe médica atingia níveis alarmantes.
E quando a crise atingiu seu ápice, onde estava Marquinhos? De férias. Entre os dias 18 e 28 de janeiro de 2022, ele deixou a cidade mergulhada no maior colapso sanitário da história, com unidades de saúde lotadas, filas gigantescas nos postos de atendimento e uma dupla epidemia de Covid e gripe. Enquanto a população sofria, o então prefeito simplesmente virou as costas para o caos que ajudou a criar.
A RESPOSTA DE ADRIANE LOPES: TRANSPARÊNCIA E RECONSTRUÇÃO
Diante do cenário caótico herdado, a atual prefeita Adriane Lopes não perdeu tempo e, antes mesmo da Santa Casa oficializar seu estado de colapso, determinou uma auditoria na Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). O objetivo é claro: entender onde foram parar os recursos, identificar falhas e garantir que os investimentos sejam aplicados corretamente.
No dia 24 de março, a Santa Casa anunciou que não poderia mais receber pacientes devido à superlotação extrema. O pronto-socorro, projetado para 13 pacientes, estava com 80. Dois dias depois, a direção do hospital formalizou um boletim de ocorrência denunciando o risco iminente de colapso. Em resposta, a prefeitura agiu rápido: a Sesau e as Centrais de Regulação Municipal e Estadual transferiram 36 dos 43 pacientes para outras unidades, aliviando momentaneamente a pressão sobre o hospital.
Além disso, a atual gestão conseguiu ampliar o repasse mensal à Santa Casa em R$ 1 milhão, totalizando agora R$ 6 milhões mensais. Medidas emergenciais também foram tomadas para expandir a capacidade de atendimento, incluindo a confirmação de 52 novos leitos clínicos em hospitais filantrópicos e o reforço na realização de 150 cirurgias ortopédicas e 50 cirurgias gerais mensais.
AUDITORIA: A BUSCA PELA VERDADE
Durante o evento “Saúde Acolhe”, promovido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) no dia 25 de fevereiro, Adriane Lopes reforçou a necessidade da auditoria na Sesau. Um dos dados que chamam atenção é a discrepância entre os R$ 33 milhões investidos anualmente na compra de medicamentos e os R$ 42 milhões gastos com judicializações para fornecimento de fraldas e dietas especiais. “Quando eu invisto R$ 33 milhões na compra de medicação, mas tenho R$ 42 milhões em judicializações só de fralda e dietas, alguma coisa está errada. Precisamos rever e fazer o caminho de volta na saúde”, declarou a prefeita.

A auditoria deve esclarecer para onde foram os recursos da saúde na gestão Marquinhos Trad e quais soluções podem ser implementadas para evitar novos colapsos. Uma coisa é certa: o estrago está feito, e agora cabe à administração Adriane Lopes desfazer o legado de negligência e descaso deixado por seu antecessor.