A blogueira Karoline Lechuga, de Campo Grande, foi presa durante a madrugada desta sexta-feira (7) por tráfico de drogas, receptação e direção perigosa no Bairro Monte Castelo. A prisão ocorreu após uma perseguição policial, que revelou ainda o envolvimento da influenciadora com um veículo roubado e uma grande quantidade de entorpecentes.
Segundo o boletim de ocorrência, policiais militares realizavam rondas na Avenida Heráclito José Diniz de Figueiredo quando avistaram um Volkswagen Polo prata fugindo em alta velocidade ao notar a viatura. Durante o acompanhamento tático, os agentes verificaram a placa do carro no sistema e constataram que o veículo havia sido roubado em São Paulo.

Karoline Lechuga era passageira do automóvel e transportava, nos pés, três tabletes de cocaína que, conforme laudo da DENAR (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), somavam mais de 3 kg da droga. Aos policiais, ela e o condutor confessaram que estavam traficando.
A dupla ainda revelou que havia mais drogas e dinheiro guardados na residência do casal, localizada na região do Jardim Pênfigo. Com autorização, os policiais entraram no imóvel e encontraram duas porções de maconha, que pesavam 65 g, além de R$ 2.337,50 em espécie. Também foi localizado um caderno preto com anotações suspeitas relacionadas ao tráfico.
Sobre o carro roubado, Karoline alegou que o casal havia adquirido uma BMW X1 em uma loja próxima a um shopping na Avenida Ernesto Geisel, mas, após problemas mecânicos, receberam outro carro de luxo, que também apresentou defeitos. Posteriormente, uma vendedora teria oferecido o Polo, que ficou em posse dos dois desde então.
Ostentação nas redes sociais: vida de luxo financiada pelo crime?
Nas redes sociais, a blogueira exibia uma rotina de ostentação: passeios de lancha, champanhe importada, festas exclusivas, hospedagens em hotéis de luxo, viagens caras e veículos de alto padrão, incluindo motocicletas e carros esportivos. O estilo de vida chamava atenção de seus seguidores, que acompanhavam de perto as publicações repletas de luxo e extravagância.

No entanto, com a prisão da influenciadora por tráfico de drogas e receptação, surge a pergunta: essa vida de ostentação era financiada pelo crime? Como uma jovem sem renda comprovada conseguia bancar viagens caras, festas glamourosas e veículos de alto valor?
A relação entre influenciadores e o crime organizado não é novidade no Brasil. Nos últimos anos, casos semelhantes ganharam destaque, expondo o uso das redes sociais para criar uma falsa imagem de sucesso enquanto, nos bastidores, a realidade envolvia atividades ilícitas.
Passagens criminais e audiência de custódia
Karoline Lechuga já possui diversas passagens pela polícia, tendo sido investigada por envolvimento com organização criminosa e registrando antecedentes por tráfico de drogas, desacato, posse de drogas para consumo pessoal e injúria. Seu companheiro também tem um histórico criminal extenso, incluindo tráfico de drogas, violência doméstica e corrupção de menores.
A defesa da blogueira argumenta que ela tem uma filha menor de 12 anos sob cuidados de terceiros e solicita sua liberdade provisória para que possa cuidar da criança. Segundo os advogados, o crime não envolveu violência ou grave ameaça, havendo condições favoráveis para a concessão da soltura.
Já a defesa do companheiro também pediu liberdade provisória, alegando que ele tem residência fixa, filhos menores e já cumpriu penas anteriores. Além disso, sustenta que ele tem colaborado com as investigações e não representa risco à ordem pública.
Decisão da Justiça
Após a audiência de custódia, a Justiça determinou a prisão preventiva de ambos. Alyson Rodrigo Hofman Vieira será transferido para uma unidade prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça. Já Karoline Dias Lechuga, apesar da decisão judicial pela prisão preventiva, conseguiu o benefício de cumprir a pena em regime domiciliar.
A decisão foi baseada no argumento da defesa de que ela é mãe de uma criança menor de 12 anos e que o crime pelo qual é suspeita não envolveu violência ou grave ameaça. Dessa forma, a influenciadora permanecerá sob monitoramento enquanto aguarda o andamento do processo.