A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul indiciou um pastor evangélico, cujo nome não foi divulgado, por violação sexual mediante fraude. O inquérito, concluído após meses de investigação, foi encaminhado ao Ministério Público do Estado (MPMS) para possível denúncia. O caso veio a público nesta quarta-feira (29).
As investigações começaram após cinco mulheres, todas frequentadoras da igreja liderada pelo pastor, denunciarem abusos cometidos sob o pretexto de rituais religiosos. Segundo os relatos, os crimes ocorreram durante encontros individuais chamados de “Oração no Monte”, realizados em um local isolado e escuro.
Abusos sob pretexto religioso
De acordo com as vítimas, o pastor utilizava a justificativa de promover cura espiritual e libertação de demônios para praticar atos libidinosos. Os depoimentos apontam que ele tocava partes íntimas das fiéis, forçava contato físico e, em alguns casos, chegava a expor seus órgãos genitais.
Além dos abusos, o líder religioso ainda ameaçava as mulheres, alegando ter ligação com o crime organizado para impedir que as denúncias viessem à tona.
Pastor nega crimes
Durante o interrogatório, o pastor negou todas as acusações. Ele afirmou que as orações sempre ocorriam na presença de outras pessoas e atribuiu as denúncias a desentendimentos entre as vítimas e sua esposa.
No entanto, a polícia concluiu que o padrão de comportamento do pastor foi o mesmo em todos os casos: ele explorava a fé das vítimas, isolava-as em locais escuros e realizava os abusos sob o pretexto de rituais espirituais. Para os investigadores, além da violação física e psicológica, houve um grave abuso de confiança, já que as vítimas acreditavam estar recebendo ajuda espiritual de um líder religioso.
Agora, com a conclusão do inquérito, cabe ao Ministério Público analisar as provas e decidir se apresentará denúncia formal à Justiça.