Naviraí está no epicentro de uma polêmica que pode reverberar até o Tribunal de Contas do Estado. O atual prefeito, Rodrigo Sacuno (PL), trouxe à tona acusações gravíssimas de má gestão financeira contra sua antecessora, a ex-prefeita Rhaiza Matos, que ganhou o apelido de “a mulher que copiava” devido a gastos milionários com serviços de impressão durante sua gestão.
Rombo nas contas públicas
Segundo Sacuno, a transição de governo foi marcada por irregularidades e ausência de transparência. O prefeito denunciou que não recebeu o Termo de Transmissão de Cargos, documento obrigatório pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, o que o deixou sem informações oficiais sobre os recursos em caixa.
“Os números apresentados pela ex-prefeita não condizem com a realidade. O saldo real nas contas de recursos próprios era de R$ 2,2 milhões, e não os R$ 7,4 milhões que foram declarados por Rhaiza Matos”, afirmou o prefeito.
Além disso, Sacuno revelou que despesas no valor de R$ 17,2 milhões ficaram sem pagamento e que Rhaiza não realizou os devidos empenhos das obrigações de dezembro de 2024, como determina a legislação. Entre essas dívidas estão as contribuições previdenciárias do NAVIRAI PREV e do INSS, que somam mais de R$ 5 milhões.
Acusação de crime financeiro
Sacuno não poupou palavras ao afirmar que as ações da ex-prefeita configuram crime contra as finanças públicas, previsto no artigo 168-A do Código Penal.
“A ex-prefeita reteve valores que deveriam ter sido pagos à Previdência Própria e ao INSS. Essas retenções colocam os servidores em uma situação complicada, mas nós já quitamos essas pendências para evitar prejuízos aos trabalhadores”, garantiu Sacuno.
O atual prefeito prometeu que as irregularidades serão encaminhadas ao Tribunal de Contas e classificou a gestão de Rhaiza Matos como um “descontrole financeiro” que comprometeu a saúde fiscal do município.
Milhões gastos em xerox e impressão
Outro ponto polêmico da gestão de Rhaiza foi a contratação milionária de serviços de impressão e digitalização. Durante sua administração, a prefeitura adjudicou um contrato no valor de R$ 6,4 milhões com a FG Copiadoras Ltda., responsável por serviços de impressão e aluguel de equipamentos de informática.
Com pouco mais de 50 mil habitantes, moradores de Naviraí questionaram a prioridade dessa despesa. “Enquanto falta investimento em saúde, educação e infraestrutura, gastaram milhões com xerox. É um absurdo!”, criticou um munícipe.
Promessa de transparência e rigor fiscal
Rodrigo Sacuno garantiu que sua administração será marcada pela responsabilidade fiscal e pela transparência. “Estamos levantando todos os dados para apresentar ao Tribunal de Contas. Não vamos permitir que a população pague pela má gestão do passado”, concluiu.
Agora, resta saber quais serão os desdobramentos dessas acusações e se Rhaiza Matos terá de responder legalmente pelos atos praticados durante sua gestão.