O secretário de Segurança e Defesa Social de Campo Grande, Anderson Gonzaga da Silva Assis, está sob investigação após fazer declarações sobre Adolf Hitler, o ex-ditador alemão e líder do nazismo. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou uma “notícia de fato” para apurar as falas, que foram gravadas durante uma reunião de profissionais no início deste ano.
Em uma das declarações, Anderson afirmou admirar o ex-ditador, responsável pelo Holocausto. “Fizeram até um vídeo meu na internet sobre Hitler. Eu até admiro ele”, comentou. Ele também afirmou que “a Alemanha é a potência que é hoje graças ao Hitler”, e elogiou o líder nazista como “estrategista” e “inteligente”, atribuindo suas conquistas à estratégia e inteligência.
Ao portal UOL, o MPMS confirmou a abertura da investigação, que será conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gacep), responsável pela análise do conteúdo das gravações.
As declarações geraram forte repercussão. Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Mato Grosso do Sul (OAB-MS) manifestou repúdio: “A OAB-MS expressa seu total repúdio a esse tipo de fala ou menção, que além de potencialmente caracterizar crime previsto na Lei 7.716/1989, por apologia ao nazismo, desrespeita a memória e o sofrimento do povo judeu e de milhões de outras vítimas do regime mais brutal da história”. A entidade ainda reforçou a necessidade de medidas para que “esse lamentável caso não fique impune”.
Anderson assumiu oficialmente o cargo de secretário de Campo Grande em abril de 2023, após atuar como interino desde dezembro do ano anterior, sucedendo Valério Azambuja. Ele é membro da Guarda Civil Metropolitana (CGM) da capital e, em nota ao Jornal Midiamax, assinada por ele mesmo, tentou esclarecer as declarações.
O secretário defendeu-se afirmando que não buscou minimizar os crimes de Hitler. “É importante esclarecer que o tema surgiu enquanto eu me defendia de um vídeo maldoso que me comparava a Hitler. Em nenhum momento minha intenção foi minimizar as atrocidades cometidas por Hitler e seu regime”, disse.
Anderson alegou que suas declarações foram retiradas de contexto. “O que tentava destacar era uma análise sobre o contexto estratégico de um período histórico específico. Não houve intenção de fazer apologia a ideologias extremistas ou a figuras como Hitler”, justificou.
Ele lamentou a interpretação das falas e expressou seu compromisso com os valores éticos e humanistas. “Foi um momento isolado em que eu tentava justificar uma situação pessoal e acabei sendo mal interpretado. Lamento profundamente qualquer desconforto causado e reitero meu compromisso com os valores de respeito, ética e humanismo, essenciais para o ambiente de trabalho que buscamos construir e manter”, concluiu.