Recentemente, o pastor Denilson Fonseca, líder da Comunidade Cristã Aliançados em Mato Grosso do Sul, tem enfrentado uma série de acusações sérias, e uma delas ganhou nova atenção: a existência de um grupo destinado a igrejas com arrecadação abaixo de R$ 12 mil mensais. Através desse grupo, Fonseca fornecia orientações sobre como atrair comerciantes, com base em sua estratégia chamada “culto, fé e negócio”.
De acordo com as denúncias relatadas que veio do pastor Paulo Lemos, o líder da comunidade pressionava pastores cuja arrecadação fosse menor. A prática de comparar e questionar as razões pelas quais alguns arrecadavam menos do que outros era comum. A existência do grupo “Igrejas abaixo dos 12K” permitia a Fonseca monitorar a arrecadação e orientar os pastores a alcançar a meta de R$ 12 mil por mês.
Em áudios Fonseca instruía os pastores a não depender apenas da divulgação nas redes sociais, mas a fazer visitas pessoais aos comércios na sexta-feira anterior ao culto. Ele afirmou: “Lembrando que esse culto só vai dar certo se vocês fizerem a visita aos comércios. Se vocês só divulgarem no Instagram e avisar no final do culto, não vai dar certo. O ‘culto, fé e negócio’ só vai acontecer se vocês derem a cara a tapa e ir de comércio em comércio, né, pelo menos na sexta-feira que antecede o culto, tá?”.
O pastor Paulo Lemos, que agora fala abertamente sobre o caso, revelou que Fonseca criticava pastores por serem “pastores de pobre”. Lemos também divulgou uma nota oficial em 25 de agosto, mencionando assédio moral e destruição de sua imagem, o que gerou uma onda de comentários e relatos de pessoas que sofreram experiências semelhantes.
A nota de Lemos trouxe à tona uma série de demissões semelhantes na comunidade, onde pelo menos 40 pastores teriam sido afastados por motivos relacionados a “saber demais” ou ter mais “visibilidade e fama” do que o desejado. O escândalo ganhou notoriedade nacional e muitos comentários relatam situações parecidas.
Em um desses comentários, alguém mencionou: “Assim como todos, na nossa saída pra eles e pra maioria que frequentam a igreja, nós ficamos como rebeldes e desleais. Foram ditas mentiras, calúnias a nosso respeito pelo atual pastor.”
Além disso, a suposta falta de dinheiro em uma das igrejas em Campo Grande revelou disputas internas e acusações entre os dirigentes da Comunidade Cristã Aliançados, levando o caso à justiça trabalhista. Lemos fez uma denúncia pública sobre o presidente da congregação, Fonseca, alegando que ele disparava difamações para expulsar colegas que eram considerados problemáticos ou que estavam ganhando mais destaque.
Após os acontecimentos, Lemos afirmou ter enfrentado sérios prejuízos pessoais e financeiros. Ele teve sua fonte de sustento reduzida pela metade e a oferta para usar o espaço da Arena Aliançados acabou sendo inviável devido aos altos custos. Segundo Lemos, o custo para usar o anexo da Arena era de R$ 2,5 mil por dia, e o templo principal custava R$ 40 mil por dia, o que tornava o projeto inviável.
Enquanto isso, Denilson Fonseca é conhecido por seu estilo de vida luxuoso, incluindo um veículo Land Rover e uma casa em Alphaville 1, avaliada em R$ 4 milhões. Ele explicou que o carro foi um presente de um casal de fiéis e que a casa foi adquirida após a venda de terrenos e imóveis em São Paulo.
O nome de Fonseca ganhou notoriedade também em 2019, quando foi investigado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul por vender um “curso de cura gay”. O curso prometia a libertação de uma suposta “doença” após três dias de acompanhamento e teve uma colaboração de aproximadamente R$ 1 mil por participante. A investigação, porém, foi arquivada.