Após a recente confusão em Coxim, o Partido Liberal (PL) enfrenta uma crise que pode deixar a legenda sem sequer uma chapa de vereadores.
A insatisfação com a gestão de Tenente Portela, apelidado nos bastidores como “Caneta sem Tinta”, está levando os filiados a abandonarem o barco.
Salette Bell, ex-pré-candidata à prefeitura de Coxim, explicou a situação em entrevista exclusiva. “Alguns desistiram, as mulheres principalmente, pois param suas vidas para abraçar esse projeto. E sem elas não conseguimos dar continuidade. Estou tentando reverter a situação para ver se mantemos pelo menos os pré-vereadores, mas está bem difícil”, declarou.
A situação se agrava ainda mais devido à cota de gênero exigida pela legislação eleitoral, que estabelece uma porcentagem mínima de candidaturas femininas. Sem a participação dessas mulheres, a montagem de uma chapa completa se torna inviável, comprometendo seriamente a estrutura eleitoral do partido.
A reviravolta ocorreu após a decisão unilateral de Portela de impedir a candidatura própria do PL em Coxim. Essa manobra deixou Salette e seu grupo em uma posição delicada. “Perdemos toda credibilidade no município pois somos aqueles que foram para rua pedir voto em 2022 para o Bolsonaro. E agora viramos a piada da oposição”, lamentou Salette.
A decisão de Portela gerou um descontentamento generalizado entre os filiados do PL. Muitos se sentem traídos e desmotivados a continuar com o partido. A falta de comunicação e a aparente falta de consideração pelos esforços locais apenas aprofundaram a crise.
O impacto é evidente: sem a participação ativa e engajada das mulheres, que formam a espinha dorsal do projeto político de Salette, a viabilidade das candidaturas do PL em Coxim está seriamente comprometida. Salette continua a lutar para reverter a situação, mas reconhece que o caminho à frente é árduo.
A gestão de Portela, marcada por promessas vazias e decisões controversas, está colocando em risco não apenas as ambições eleitorais do PL, mas também a confiança dos eleitores que acreditaram em suas propostas. A alcunha de “Caneta sem Tinta” parece cada vez mais apropriada, refletindo uma liderança que falha em transformar palavras em ações concretas.
