Três advogados respeitados na fronteira entre o Paraguai e Mato Grosso do Sul enfrentam sérias acusações do Ministério Público paraguaio por suposto envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao cartel de drogas comandado por Jarvis Gimenes Pavão, conhecido como o “Barão das Drogas”.
Os advogados, Adrián Rolando Brizuela Olmedo, Daniel Montenegro Meneses e Alfredo Duarte Montiel, estão entre as 24 pessoas formalmente acusadas de lavagem de dinheiro e associação criminosa na Operação Pavo Real Paraguai, que foi deflagrada em julho de 2023.
Após as prisões, que ocorreram há alguns meses, eles foram detidos e atualmente estão cumprindo prisão domiciliar. Na época, Daniel Montenegro era casado com a promotora de Justiça Katia Uemura, de Pedro Juan Caballero, cidade-gêmea de Ponta Porã (MS), mas o casal está atualmente separado.
Os promotores Osmar Segovia, Ingrid Cubilla e Elva Cáceres, que fazem parte da força-tarefa contra o narcotráfico e crime organizado, afirmam que os advogados estavam envolvidos na administração de bens móveis e imóveis do Clã Pavão, cientes da origem ilícita desse patrimônio.
A denúncia aponta que Adrián Rolando Brizuela Olmedo, além de prestar serviços ao grupo, passou a gerenciar os bens da organização após a extradição de Jarvis Pavão para o Brasil em 2017. Atualmente, ele cumpre pena em um presídio federal em Brasília. Os promotores alegam que Brizuela teve papel ativo em transações de compra e venda de bens pertencentes a Jarvis Pavão, com o intuito de mascarar a origem do patrimônio. Ele também teria vínculos estreitos com Luan Chimenes Nascimento, filho de Pavão.
Quanto a Daniel Montenegro e Alfredo Duarte, eles estariam ligados a empresas da organização que formavam uma rede de lavagem de dinheiro. Montenegro é acusado de utilizar manobras jurídicas para ocultar a venda de bens, transferindo-os para terceiros e, em seguida, para membros da família de Jarvis Pavão.