“Qual o próximo passo? Me executarem numa prisão?”, diz Bolsonaro sobre processos

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou, nesta quarta-feira (21), quais são os próximos passos nos processos em que ele é alvo. Em entrevista à Rádio CBN Recife, ele afirmou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o tornou inelegível sem ter cometido crime algum e indagou se deve fugir do país ou pedir asilo.

“Houve a eleição [de 2022], o TSE anunciou o resultado da mesma, depois me tornou inelegível sem crime e depois se fala em me prender. Qual o próximo passo? Me executar numa prisão? Eu devo fazer o quê? Fugir do Brasil, pedir asilo?“, perguntou Bolsonaro.

Em seguida, o ex-mandatário comentou o pedido de devolução de seu passaporte, apreendido pela da Polícia Federal (PF) durante a Operação Tempus Veritatis, que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado no país.

“Nós pedimos agora o passaporte. Eu, sábado, estaria na CPAC [conferência de líderes conservadores] com o Trump, nos Estados Unidos. Vai estar ele, vai estar o Milei, vai estar a primeira-ministra da Itália. Nós pedimos de volta [o passaporte]. Eu não vou mais, até como marcamos o ato do dia 25”, acrescentou.

Bolsonaro falou ainda sobre a transferência no valor de R$ 800.000 que fez para os Estados Unidos dias antes do término de seu mandato na Presidência. Segundo relataram fontes da PF à CNN, a transferência foi feita para que o ex-presidente ficasse nos EUA enquanto seus apoiadores tentariam um golpe de Estado no Brasil.

“Não tenho nada escondido em lugar nenhum. Agora, você vê outra narrativa: ‘Bolsonaro mandou para os EUA R$ 800.000 de forma lícita e ilícita em dezembro de 2022 à espera do golpe’. O que eu fiz? A minha poupança, com aproximadamente R$ 800.000, eu mandei do Banco do Brasil para o BB América”, ressaltou Bolsonaro.

“Se alguém quer dar golpe, não manda dinheiro para os EUA. Esses recursos seriam bloqueados. Você manda para paraíso fiscal. Segundo a PF, tudo legal e ilegal que eu consegui como presidente foi R$ 800.000? Tudo isso? São narrativas”, disse por fim o ex-presidente.

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