Ano sombrio para mais da metade dos vereadores que podem não retornar para a câmara em 2025

O cientista político Antonio José Ueno, diretor-presidente do Grupo Ranking, prevê que, nas eleições municipais deste ano em Campo Grande, a renovação da Câmara de Vereadores será grande, é o que revelou as pesquisas realizadas em 2023, podendo até repetir um fenômeno registrado nos pleitos de 2012 e de 2016, quando o percentual de novos nomes na Casa de Leis da Capital passou de 60%.

“Com um orçamento de R$ 6,4 bilhões para a Prefeitura de Campo Grande para este ano de 2024 e levando em consideração que a o Legislativo municipal tem direito a 4,5% de duodécimo, ou seja, os vereadores terão direito à mais ou menos R$ 280 milhões, a briga será acirrada pelas 29 cadeiras da Câmara Municipal. Portanto, é possível prever que a renovação deve ficar entre 12 e 16 vereadores. Sendo que muitos vereadores acabarão ficando de fora devido principalmente ao fim das coligações”, analisou.

Por isso, conforme Tony Ueno, os vereadores que vão tentar a reeleição devem escolher bem o próximo partido, pois, caso peguem uma legenda muito inchada (vários vereadores com mantado), correm um sério risco de não voltar para a Câmara Municipal da Capital em 2025. “O fato de alguns vereadores não voltarem para a Câmara municipal muitas vezes não é por causa da quantidade de votos, mas sim por causa de não atingir legenda”, pontuou.

Ele lembrou que o voto de legenda, surgiu no ano de 1793 na Convenção Nacional Francesa. Está no Código Eleitoral do Brasil desde 1965. “Esse sistema foi criado justamente para eleger pessoas de vários segmentos da sociedade. Antigamente, só eram eleitos os filhos dos senhores feudais, ou dos grandes empresários, ou dos caciques políticos locais”, detalhou Ueno.

O cientista político acrescentou que, se hoje as câmaras municipais têm médicos, professores, empresários, enfermeiros, advogados e lideranças comunitárias, é devido ao voto de legenda, que é a quantidade de votos válidos dividido pelo número de vagas disponíveis. “No caso de Campo Grande, por exemplo, deve ficar aí em torno de 17 mil votos nas eleições deste ano, pois a Capital tem hoje 639.873 eleitores registrados, mas os votos válidos não devem passar dos 500 mil votos, que serão divididos por 29 cadeiras de vereadores”, exemplificou.

Então, de acordo com Tony Ueno, os pré-candidatos a vereadores e os vereadores que vão tentar a reeleição têm de fazer as contas antes de se filiar em um partido. “Muitas vezes é pode acontecer de um vereador ou candidato ter acima de seis mil votos e não ser eleito, enquanto outros fazem dois mil votos e são eleitos devido ao voto de legenda”, argumentou.  

Atrativo

O diretor do Grupo Ranking ainda reforçou que o interesse para ser vereador em Campo Grande ganhou um novo atrativo no ano passado quando o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) manteve o reajuste de R$ 25 mil para R$ 30 mil em verbas indenizatórias. Já o salário previsto para 2025 é de R$ 26 mil para cada um dos 29 vereadores da Câmara Municipal. “Ou seja, quem é que não quer ser vereador em Campo Grande?”, finalizou Tony Ueno.

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