Para tudo dar certo e o espetáculo ser considerado um primor de beleza, cuidado artístico, som e iluminação, uma turma atua nos bastidores, atrás do palco. São produtores, iluminadores, e outros profissionais que se esmeraram para entregar o melhor na 17ª edição do Festival América do Sul, de Corumbá. Esses profissionais, que foram muito afetados pela pandemia, não aparecem mas são essenciais num show.
A assessora-executiva da Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul, Giovana Correa, trabalhou na coordenação geral dos camarins do Palco Integração do FAS 2023, e explicou que tudo começa a partir do rider técnico, uma lista de instruções onde são registradas todas as demandas para apresentação do artista.
“Demos estrutura para todas as atrações no Palco Integração. Além disso, temos o pessoal do receptivo que deu suporte para a chegada e partida dos artistas, inclusive, contando um pouco da história de Corumbá e de Mato Grosso do Sul”, comenta a assessora.
Os produtores também deram apoio em oficinas, apresentações em praças, no Casarão Cultura, nas comunidades ribeirinhas e aldeias. Cerca de 130 pessoas trabalharam nos bastidores das apresentações do FAS 2023, incluindo intérpretes da linguagem libras de sinais, além da preocupação com a sustentabilidade no recolhimento de resíduos.
Aly Ladislau, produtor do cantor Dovalle, ressalta que o conjunto de profissionais que atuam em todas as etapas de um show garante que ele aconteça de forma que o público possa curtir.
“Meu trabalho tem início desde a elaboração da proposta, organização de ensaios e arranjos, logística, hospedagem, alimentação, passagem de som e contratação de técnicos. E só acaba com a volta segura da equipe e a parte burocrática, com a finalização do contrato. Temos que entender um pouco de tudo, de finanças, administrativo, antenado o tempo todo, aprendendo com erros e acertos”, admite.
Para o produtor Douglas Monchinski, que atuou na coordenação do Festival América do Sul 2023, o que acontece atrás do palco é fundamental para fazer o espetáculo acontecer.
“É um trabalho importante, mas que não aparece para o público diretamente. Começamos a trabalhar um mês antes do evento, conversando com os produtores das atrações. É um trabalho legal, conviver diretamente com os músicos”, conta.
O produtor trabalha na área há 10 anos, inclusive, em shows nacionais e na programação de bandas locais do Estado. No FAS 2023, ele cuidou das atrações no Palco Integração, entre elas, dos cantores Frejat, Neguinho da Beija-Flor, Crioulo e Amado Batista, e ainda do Palco Rio Paraguai, com espetáculos do Chile, Bolívia e do Flor Ribeirinha, do Mato Grosso.
“O grande desafio do FAS é aquele que temos em todos, que é resolver os imprevistos da melhor forma possível para o show acontecer perfeitamente. Este é o nosso trabalho, e conseguimos entregar em todos os shows. O público curtiu muito e os músicos saíram satisfeitos. É um trabalho que eu gosto, Quando termina a correria, eu fico triste”.
Monchinski confidenciou que os bastidores do palco servem também para conhecer o trabalho dos artistas. “É um trabalho muito massa, você conhece a equipe, troca experiências. Eu sou fã do Frejat, ele veio conversar comigo antes dele entrar no palco”. Nesta terça-feira (14), Douglas já parte para outro evento e assim vai emendando os trabalhos porque o show não pode parar.
O FAS 2023 teve 15 horas de programação e mais de 120 atrações.