APÓS PARECER TÉCNICO, PREFEITURA DECIDE REMOVER FIGUEIRA DO CANTEIRO CENTRAL DA AVENIDA AFONSO PENA

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) informa que neste domingo (02/04) irá proceder a supressão de uma Figueira (Ficus microcarpa) localizada no canteiro central da Avenida Afonso Pena, entre as ruas Pedro Celestino e Rui Barbosa, uma vez que a mesma e encontra sem vitalidade e assim, apresentando riscos à população com a possível queda de galhos. Parte da Avenida será interditada para o serviço.

A progressão do seu processo de senescência foi observada pela equipe técnica da Semadur desde o ano passado e, na tentativa de oferecer uma sobrevida à árvore, foram realizados procedimentos para a descompactação do solo e adubação em 2022. No entanto, mesmo com estas intervenções, não foi possível evitar a perda de sua vitalidade, que foi constatada por meio de parecer Técnico emitido em março de 2023.

A morte do espécime não é a primeira a ser identificada no canteiro. Assim, a Prefeitura de Campo Grande, por intermédio Semadur, em colaboração com o pesquisador Ademir Fontana, da Embrapa Solos, está investigando o que possa ter provocado a desfolha das árvores.

Em março foi realizada coleta do solo nos locais que foram anteriormente removidas duas árvores da mesma espécie e estas seguirão para análise. Também será realizada a análise de galhos da árvore que será suprimida e de folhas da árvore ao lado saudável, na tentativa de avaliar de forma comparativa uma possível causa da morte, a fim de definir a mitigação do avanço de outras mortes.

É importante ressaltar que a questão identificada é de difícil diagnóstico, exigindo investigação complexa, especialmente, por se tratar de ambiente urbano com potenciais fatores, desta forma, a secretária municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana, Kátia Sarturi, enfatiza “Estão sendo adotadas as técnicas mais modernas disponíveis no Brasil para diagnosticar a causa das perdas desses dois exemplares, bem como, tem sido empregado o máximo esforço para preservarmos as nossas figueiras, árvores que simbolizam a história, a cultura e a peculiar qualidade de vida de Campo Grande”.

Histórico

Parte da história da Capital, essas árvores foram plantadas entre 1921 e 1924 pelo então intendente e juiz de Direito Arlindo de Andrade Gomes, responsável por iniciar o processo de arborização urbana de Campo Grande. E desde 2017 estes exemplares vêm sendo acompanhados e tratados pela prefeitura quanto teve início a aplicação do Óleo de Neem, um bioprotetor natural utilizado no combate de pragas e doenças, e para o controle das infestações por mosca-branca, tripés e fumagina.

Em 2018, a Semadur adquiriu um tomógrafo, sendo possível a partir de então, oferecer melhor precisão no diagnóstico individual, pela avaliação das condições de resistência do lenho destas árvores, como uma medida auxiliar na análise de riscos, bem como na tomada de decisões pela gestão municipal. Ainda, são realizadas podas anuais para o corte de ramos mortos ou em conflito com algum elemento urbanístico.

Em 2022 os técnicos da Prefeitura receberam capacitação onde apresentou-se técnicas para o tratamento de árvores jovens e adultas por meio do protocolo de boas práticas adotado pela Sociedade Internacional de Arboricultura. Onde foram trabalhadas as melhores técnicas para manejo de solo, combate de pragas e doenças, bem como, mitigação de risco de queda e correção dos defeitos estruturais das árvores, assim, mantendo a longevidade e tornando as árvores mais seguras para a população. Dada a importância das árvores centenárias, o canteiro da Avenida Afonso Pena foi um dos locais escolhidos para a realização da parte prática do curso.

Contudo, mesmo com as ações preventivas, foi constatada a morte de uma destas árvores em março deste ano.

Desta forma, considerando as condições descritas no parecer Técnico emitido pela Semadur, onde a figueira se enquadra nos requisitos estabelecidos na Lei Complementar n. 184/2011, que autoriza a supressão de árvores em logradouros públicos e lotes particulares quando o seu estado fitossanitário justificar tal prática e quando a árvore ou parte dela apresentar risco iminente de queda, será realizada a supressão do espécime, tendo em vista o rápido processo de degradação e declínio do mesmo.

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