Com a ordem de serviço para a reforma do Teatro José Octávio Guizzo, no Paço Municipal, assinada pela prefeita Adriane Lopes na tarde desta segunda-feira (27), começa a contagem regressiva da classe artística de Campo Grande para receber novamente o espaço cultural. A obra, que será executada pela empresa Tascon Engenharia Ltda., tem previsão de entrega para o próximo semestre.
O projeto contempla revisão e substituição de instalações elétricas, hidráulicas, adequação das escadas e rampas para garantir acessibilidade, assim como novo sistema de refrigeração e instalação de forro.
O auditório, com capacidade para 190 lugares, receberá novas poltronas e haverá substituição do carpete. O anexo será reformado e adequado para se tornar um espaço de múltiplo uso, podendo receber exposições de fotografia, artes plásticas, sediar lançamento literários.
Durante o ato de assinatura, a prefeita Adriane Lopes afirmou que a devolução do teatro à população campo-grandense é uma de suas prioridades. “Quando assumimos a gestão, há um ano, busquei entender o que era prioridade para a nossa cidade em todos os seus segmentos. E, conversando com alguns dos nossos secretários, chegamos à conclusão que esta era uma das nossas obras prioritárias. Foram 40 anos sem uma reforma grande, 20 anos fechado e agora, enquanto não estiver pronto, nós não vamos descansar. A cultura da nossa Capital merece esse presente”, finalizou.
A reforma do local, que está há quase 30 anos fechado para as atividades culturais, só se viabilizou com a liberação de uma emenda parlamentar do ex-deputado federal Luiz Henrique Mandetta, com contrapartida do município.
A secretária municipal de Cultura e Turismo, Mara Bethânia Gurgel, disse que a obra é uma grande conquista para classe artística e ressaltou que a obra também trará impactos positivos para o setor do Turismo. “Vai ser muito importante para a cidade também nesse sentido. Além de ser o nosso teatro, vai ser um espaço de múltiplas atividades. Amostras, concertos, exposições, tudo direcionado para arte, cultura e com certeza fortalecerá o turismo local”.
Entre os presentes estava o ator e diretor de teatro Espedito Di Montebranco, ele comemorou o início da revitalização e ressaltou a importância da obra do ponto de vista da memória dos artistas que já se apresentaram naquele palco e para a atual geração, além de lembrar da necessidade de teatros menores para desafogar os de maior capacidade.
“Quanto mais a gente tiver espaços pequenos, como há em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, desafoga os grandes teatros porque, às vezes, pequenos eventos acabam sendo realizados em grandes teatros, por falta desses espaços. Estou muito confiante e quero estar aqui na estreia”.
O presidente da Comissão Permanente de Cultura da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Ronilço Guerreiro, destacou o poder transformador que a arte tem e celebrou o resgate do espaço histórico. “Eu acredito muito na força da poesia, da música, da literatura, do teatro, de toda e qualquer manifestação artística. Em lugares onde não há atrativos culturais, a violência vira espetáculo. Precisamos despertar nas pessoas o sonho cultural adormecido e resgatar espaços como este que atendam os fazedores de cultura de Campo Grande”, pontuou.
Sobre o espaço
Projeto do arquiteto Cyríaco Maymone Filho, construído em 1971 na gestão do então prefeito Antônio Mendes Canale, o local foi palco de grandes espetáculos. Embora tenha sido criado como anfiteatro, a partir de agosto de 1990, com sua reinauguração, o local recebeu o nome de Teatro José Octávio Guizzo.
A revitalização prevê a troca de poltronas, forro, ampliação do palco, rampa de acesso e adaptação dos banheiros para acessibilidade, além da instalação de ar condicionado. O anexo também será reformado e adequado para se tornar um espaço de múltiplo uso, podendo receber exposições de artes plásticas, fotografias e lançamentos literários.