Regularização de documentos, sonho da casa própria e a oportunidade de entrar ou reingressar no mercado de trabalho. Os objetivos de quem tem buscado os mais de 20 serviços oferecidos na primeira edição do Pop Rua Jud Pantanal são diversos, mas a vontade de construir um novo caminho é consenso comum entre os acolhidos em unidades da SAS e pessoas em situação de rua, que vislumbram um futuro de novas oportunidades. Um dos exemplos é o de Osmar Pereira, 44 anos, egresso do Sistema Penitenciário, que soube da ação por meio de matérias na televisão, o que o fez ir até a UAIFA I na busca por uma vaga de emprego. “Tenho trabalhado como autônomo, e preciso desse trabalho de carteira assinada”, disse o ex-motorista, que também já trabalhou em outras funções na Construção Civil. O mesmo mercado que Cléverson Silva, de 31 anos, veio desbravar em Campo Grande.
“Vim para cá por terem me contado que é uma Capital com oportunidades. Estou no desemprego há cinco meses”, fala o paranaense de Guaratuba, que mudou de cidade por conta de problemas com a empregabilidade na sua região. Assim como ele, também recém-chegado na maior cidade de Mato Grosso do Sul, Marcelo Mendes, de 46 anos, veio de Araçatuba (SP), onde vivia de trabalhos sazonais de reformas residenciais.
“Nesse evento, pude resolver tudo em um só lugar, ajeitar os meus documentos e até ter acesso a um encaminhamento de vaga”, explica Marcelo, acolhido na UAIFA I.
Próximo a ele, Rubens Meza, de 47 anos, morador no Bairro Cerejeira, trouxe até um vizinho para a ação, em busca de atendimento pela segunda via de documentações. “Como já estou aqui, e tem a Funsat, foi bom que já pude saber de uma oportunidade de emprego. E graças a Deus saí com um agendamento para falar com uma empresa. Vim para ajudar e fui ajudado também”, conta.
Satisfação que também é de Fernando Soares, o atendimento número 1, de quando abriram os trabalhos da Funsat no Pop Rua Jud Pantanal. “Fui indicado para uma entrevista e quero seguir melhorando. Tendo curso profissionalizante, vou me matricular para ter mais chances”, revela o brasiliense de 48 anos, com experiências, como pedreiro, carpinteiro e que, sonha um dia, trabalhar em um restaurante. Um dia depois de participar da ação ele foi até a Funsat para agradecer e saber mais sobre as capacitações.
“Atendi já, há 15 anos, o Fernando, quando a nossa Fundação era ainda em outro endereço. E fico feliz por ele entender a importância da oportunidade e também de buscar seus objetivos. Nosso papel é gerar perspectivas e ajudar o cidadão a lutar pela sua dignidade”, pontua Hilda Oliveira, gerente da Agência de Empregos do órgão que entre os dias 6 a 8 de março teve um posto itinerante no mutirão, representando, mais uma vez, o Funsat em Ação, programa da fundação quando ela atende fora da sua sede.
Respeito e cidadania
Também acolhida na UAIFA I, Ramona Pereira da Silva aproveitou para receber a terceira dose da vacina contra a Covid-19 e elogiou o mutirão especial. A acolhida disse que sempre participa de ações sociais na unidade, principalmente as voltadas para a saúde pessoal, porém foi no Pop Rua Jud Pantanal que ela conquistou seu maior sonho: inserir o nome social na certidão de nascimento.
“Passei por vários constrangimentos porque só no meu RG tem meu nome social e sempre que precisava apresentar os dois documentos, tinha problema. Estou muito feliz por essa conquista”, contou Ramona que poderá retirar a nova certidão em dez dias na Defensoria Pública.
Em situação de rua há vários meses, Julio Torres foi acolhido na Casa São Francisco, onde passa por tratamentos de saúde. Durante a ação ele procurou a tenda da Amhasf e realizou cadastro para aquisição de terreno.
“Essa ação é a oportunidade para quem realmente quer mudar de vida. A gente que faz tratamento em unidade não consegue sair toda hora. Passei por vários atendimentos e tenho fé que vou realizar o sonho de ter um lugar meu para morar. Essa iniciativa dá ânimo pra gente seguir em frente”, afirmou.