Júlio César de Matos Pereira, 38 anos, conhecido como Buiu, morto pela Polícia Militar na madrugada deste domingo (12), tinha pelo menos dois boletins de ocorrência por ameaçar os vizinhos, além outros processos envolvendo furto, roubo, estupro, tráfico e tentativa de homicídio.
Os casos de perturbação, ambos registrados no fim do ano passado, narram a convivência difícil que moradores do bairro Buriti tinham com o garçom. Conforme relatado à polícia, em setembro passado Buiu foi visto durante a madrugada em cima do telhado de um vizinho que, ao se sentir ameaçado, se muniu de facão para se defender de eventual ataque. Quando o dia amanheceu, ele retornou a casa acompanhado do pai que o ajudou nas ameaças.
Por que você pegou o facão para o meu filho? Se você mexer com ele vai arrumar problema”, disse o pai ao vizinho que quase teve a casa invadida por Buiu. Ainda segundo o registro, o rapaz tinha má fama pelo bairro, cometia recorrentes furtos e só não respondia por mais ocorrências porque as pessoas tinham medo de formalizar denúncia.
Registro de novembro passado aponta outro episódio de ameaça. Desta vez o homem teria ameaçado não só ao vizinho, mas toda a família, incluindo criança de 11 anos. De acordo com narrado, Buiu disse que beijaria o rosto do ameaçado quando o mesmo estivesse dentro do caixão e encenava beijando o poste.
Disse que devido às denúncias feitas pelo vizinho ninguém mais queria o ajudar, alegando que sua vida estava difícil. Em seguida teria dito “toma cuidado com seu filho, ele fica aí, né? Andando, brincando na rua. Toma cuidado com a sua mulher também”. O ameaçado teria corrido atrás de Buiu e ouviu mais. “Meu pai é de facção. Bandido mata polícia. Eu vou matar você, sua mulher e seu filho”.
Depois do ocorrido, seguia intimidando a vítima. Por dias passava em frente a residência e seguia beijando o posto como sinal de ameaça e ao acionar a polícia foi orientado a registrar boletim de ocorrência, como fez. Nos antecedentes criminais constam ainda, estupro, furto, tráfico e uso de ilícitos, roubo e tentativa de homicídio.
Comerciante que preferiu não identificar contou que conhecia o marginal desde criança, mas, mesmo assim, para ele será um alívio para a vizinhança viver sem a presença dele. “Furtava muito para sustentar o vício. Por fim foi um alívio para o bairro”.
Outro morador da região que preferiu manter identidade em sigilo disse que o pai de Buiu ao saber da notícia da morte do filho passou mal e precisou de atendimento médico.
Campo Grande News