Indiciado por crimes sexuais: Marquinhos pode assumir PSD em MS 

O engraçado que o fato dele ser indiciado em diversos crimes contra as mulheres, não irrita o partido, já o voto do Senador Nelsinho que votou em Marinho, está irritando o diretório nacional do partido

O ex-prefeito de Campo Grande e indiciado por assédio  Marquinhos Trad poderá assumir o diretório do PSD de Mato Grosso do Sul e vai tentar ressurgir após a derrota humilhante nas urnas.

Ele era cotado para presidência do diretório municipal de Campo Grande, mas deve ser indicado ao diretório estadual, após o partido julgar a postura do irmão e senador Nelsinho Trad, que para o partido traiu Rodrigo Pacheco, do mesmo partido, e votou em Rogério Marinho (PLRN) para presidente durante eleição da Mesa Diretora.

Ao jornal O Estado, o ex-prefeito e indiciado por crimes sexuais,  Marquinhos Trad disse que em 28 de janeiro esteve em São Paulo, onde se reuniu com o presidente Gilberto Kassab, atualmente braço direito do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (PL-SP). Lá, ele teria firmado acordo para comandar o diretório de Campo Grande com o objetivo de afastar os  infiéis segundo o ex prefeito indiciado, reestruturar o partido para disputa ano que vem e reeleger a maior bancada para a Câmara.

“Eu não vivo da política. Tenho um diploma que confere a minha profissão como advogado e professor universitário. Estou atuando no meu escritório junto ao meu irmão Fábio em várias causas. Em relação à política, eu conversei com o presidente Gilberto Kassab. Falamos da reestruturação, quais foram os companheiros que de fato honraram a sigla do PSD, que foram fiéis nas eleições e até porque tiveram apoio do partido, e devem cumprir o conteúdo programático. Nisso fui indicado por ele para ser o presidente municipal. Essa conversa foi no sábado passado [dia 28 de janeiro].”

Sobre a irritação da cúpula nacional com Nelsinho Trad, Marquinhos afirma que “vejo uma situação difícil porque como punir alguém por infidelidade, se não tem o exemplo do presidente? Fica muito complicado” disse o ex prefeito e indiciado por crimes sexuais.

Relembre os crimes sexuais que o ex prefeito de Campo Grande foi indiciado e denúncias de outras mulheres :

‘Abra ela com os dedinhos’: Marquinhos pediu nude até para eleitora que precisava de vaga em hospital

Nas investigações das denúncias de assédio sexual contra o candidato ao Governo de Mato Grosso do Sul Marquinhos Trad (PSD), prints revelam o que seria uma ‘troca de favores’.

Uma eleitora pede transferência da tia, internada em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), e recebe do então deputado estadual o pedido de ‘nudes’ que parece saído de um conto erótico.

Segundo mulheres que acompanham os trabalhos de investigação, é difícil conter a indignação com o perfil de predador sexual que se constrói ao longo da apuração.

“Pode falar o que quiser. Que surgiu no momento eleitoral, que estimularam vítimas… Mas, se não houvesse fogo, não apareceria a fumaça. Esse homem é perigoso com poder e os relatos, desde os mais antigos, até os de agora, reforçam esse perfil de predador que se beneficiava da posição”, avalia.

“Pedir foto pelada de uma mulher em flagrante situação de vulnerabilidade, pedindo vaga hospitalar pra salvar a tia, e com o grau de baixaria que os prints revelam, embrulha o estômago de qualquer um que tenha o mínimo de humanidade”, afirma.

“O cara fala de Deus e logo em seguida pede para moça expor a genitália e fotografar pra ele. É insano. Já vi muita coisa ruim na carreira, mas um homem público se expor neste grau de certeza da impunidade, nunca”, diz a profissional, que há 13 anos atua atendendo justamente mulheres vítimas de todos os tipos de abuso em Campo Grande.

Fotos de outra e pedido de vaga para tia doente

Conforme apurou o Jornal Midiamax, o caso que indignou até a experiente profissional chegou até a Polícia Civil quando uma mulher descobriu que alguém estava usando fotos dela em perfis falsos nas redes sociais. Conforme descoberto, quem usava as fotos teria sido a mulher que pedia ajuda ao então deputado.

A conversa começa quando a mulher chama Marquinhos Trad e diz que a tia está internada na UPA, após sofrer um infarto. Ele pede o nome e ela afirma que recebeu o contato de uma amiga e que o deputado poderia ajudar. Assim, a mulher consegue uma vaga no hospital e agradece Marquinhos e uma assessora que a ajudou.

A mulher então volta a falar com o candidato, pedindo que uma pessoa fique de acompanhante com a tia, hospitalizada, e consegue a autorização por meio da assessora de Marquinhos. “Quem é você?”, pergunta, ao que a mulher responde e ele então diz: “Manda foto sua”.

Então, a mulher envia fotos, que a princípio conforme apurado pelo Midiamax não seriam dela.

Ela pede uma foto de Marquinhos, que envia uma ‘selfie’. A mulher agradece ao deputado, diz que tudo deu certo com a tia e a conversa continua, quando ele pede “Fotos mais ousadas”. E ela rebate “Manda uma sua” e manda.

Seja atrevidinha’

“Como quer uma foto minha?”, pergunta a mulher. “Como tiver vontade. Seja atrevidinha”, responde o deputado. A mulher não envia a foto, volta a conversar com Marquinhos, que diz: “E a foto”. Ela pergunta como ele quer a foto, “nua ou de biquíni” e ele responde “Nua”. No entanto, a mulher envia uma foto de biquíni, com o rosto cortado.

A princípio, sabendo das intenções do deputado, a mulher estaria enviando fotos que não eram dela. Isso, porque precisava da vaga e da assistência para a tia, que estava internada. Ela novamente pede uma foto de Marquinhos, que envia uma selfie. “Agora manda com seu rosto”, diz o deputado, que recebe uma foto da mulher com um menino, dizendo ser o filho dela.

Ex-prefeito Marquinhos Trad é indiciado por estupro, importunação e assédio sexual

O ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) foi indiciado pelos crimes de estupro, importunação sexual e assédio sexual, conforme apurado pelo Jornal Midiamax. Ele prestou depoimento de quase 4h nesta terça-feira (18), na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Conforme apurado pelo Midiamax, das 16 denúncias contra Marquinhos, 5 delas resultaram no indiciamento. Para o crime de estupro, a pena vai de 6 a 10 anos. Já para a prática de importunação sexual, a pena prevista no Código Penal varia entre 1 a 5 anos. Por fim, o terceiro crime pelo qual Marquinhos foi indiciado, de assédio sexual, tem pena de seis meses a dois anos de reclusão, mais multa.

Após ouvir o ex-prefeito, a delegada responsável pelas investigações, Maíra Pacheco, revelou que esse foi o ‘último ato’ do inquérito. “Agora é aguardar o resultado das diligências para poder encaminhar [o inquérito] ao Judiciário”, informou.

Marquinhos deixou a Deam por volta das 13h30 desta terça-feira e insistiu tratar de armação política. “O tempo vai mostrar que foi uma verdadeira crueldade o que fizeram”, declarou à imprensa. Ele adiantou que seus advogados já entraram com pedido de habeas corpus.

Trad havia sido intimado a prestar esclarecimentos ainda durante a campanha eleitoral, mas pediu adiamento alegando problemas de agenda, e só nesta terça foi até a delegacia. O ex-prefeito disse que tentou adiar o depoimento novamente, mas o pedido foi negado.

Ex-prefeito Marquinhos Trad é réu por assédio sexual contra mulheres

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS recebeu a denúncia contra o ex-prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), por prática de assédio sexual. A decisão data do último dia antes do recesso de fim de ano da justiça, sendo que o político ainda não foi formalmente citado e tem até o dia 20 de janeiro para apresentar a sua defesa.

A advogada de defesa de Marcos Trad, Rejane Arruda, disse à imprensa nesta segunda-feira (09) que vai esperar pela citação para entrar com os recursos possíveis. “Iremos mostrar que a realidade ‘pintada’ não corresponde ao que efetivamente aconteceu”, disse ela.

A denúncia em desfavor do ex-prefeito é do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que o acusa de cometer crimes sexuais contra sete mulheres enquanto era o chefe do Executivo Municipal de Campo Grande, oferecendo emprego por meio de cargos comissionados em troca de sexo, conforme consta no processo, que tramita em sigilo na 3ª Vara Criminal de Campo Grande.

A juíza responsável Eucélia Moreira Cassal também deferiu o pedido para que o celular e os dados da conta do Instagram do ex-prefeito sejam entregues para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), responsável pela investigação. Se a entrega não for feita após citação, Marcos Trad pode ser alvo de mandado de busca e apreensão. As autoridades terão 30 dias para extrair os dados.

Marquinhos Trad renunciou ao cargo de prefeito da Capital em abril de 2022 para poder disputar o cargo de governador de Mato Grosso do Sul nas eleições do mesmo ano. Durante a campanha, surgiram denuncias via imprensa de que o ex-gestor ofertou emprego públicos para mulheres em troca de sexo, que chegaram a acontecer dentro do seu gabinete na Prefeitura Municipal, segundo a investigação.

Na época em que os fatos vieram à tona, Marquinhos Trad declarou que tudo era uma grande armação politica para derrubar a sua candidatura. Apesar das investigações, ele não abriu mão da disputa eleitoral, porém, saiu derrotado ainda no primeiro turno, quando ficou como o sexto candidato mais votado, sendo a sua pior eleição da vida. Desde então, Marquinhos deixou a vida pública em segundo plano e se afastou da mídia, já prevendo o desfecho da investigação em seu desfavor.

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