Camisetas, adesivos e apoio da família viraram prioridade para André
A eleição de Renan Contar (PRTB) ao Governo de Mato Grosso do Sul virou prioridade absoluta para o ex-governador André Puccinelli (MDB), que ficou de fora do segundo turno do pleito. O emedebista, já condenado por improbidade e investigado por desvio de verba pública, colocou a própria família na campanha e ainda está com o partido custeando material para o capitão reformado.
Puccinelli declarou apoio a Contar logo após ser derrotado, mesmo com o candidato do PRTB afirmando que não queria apoios que não ‘defendessem a mesma bandeira’ – André é condenado por improbidade e investigado por desvio de verba pública. Há denúncia de que o ex-governador teria negociado cargos com o Capitão, que nega veementemente a versão (veja ao final da matéria).
Agora, André colocou o MDB de MS a serviço da candidatura de Contar, com direito a confecção e entrega gratuita de camisetas com a imagem dos dois.
Além disso, a própria família de Puccinelli saiu às ruas em apoio ao capitão reformado. André Júnior, por exemplo, esteve adesivando carros neste fim de semana na avenida Afonso Pena (veja foto no início da matéria).
A ALIANÇA
O apoio de maior repercussão, e comemoração pela equipe de Capitão Contar – com direito a nota de agradecimento –, foi do ex-governador André Puccinelli (MDB), terceiro colocado no primeiro turno regional. Puccinelli é, de longe, atualmente o político mais ligado à chamada ‘velha política’ em Mato Grosso do Sul. Mesmo assim, a aliança Contar-Puccinelli foi fechada.
Logo após o final da apuração, por urnas eletrônicas, Contar afirmou que não aceitaria alianças com todo mundo. “Só aceitaremos alianças das pessoas e grupos que tenham a mesma bandeira que a nossa” – a fala foi gravada. Porém, duas semanas depois, o deputado estadual reuniu no palanque nomes dos mais conhecidos, e antigos, da política sul-mato-grossense.
Recentemente, a 1ª Vara Federal de Campo Grande condenou Puccinelli por improbidade administrativa. Na sentença, entre outras penas, a Justiça determina a suspensão dos direitos políticos por cinco anos, que começam a correr após o trânsito em julgado (quando não cabem mais recursos contra a condenação).
A Ação de Improbidade Administrativa foi ajuizada em janeiro de 2016 e acusava o ex-governador de coagir servidores comissionados de duas secretarias de Estado (de Trabalho e Assistência Social e de Desenvolvimento Agrário e Turismo) a apoiar e votar em candidatos de sua coligação nas eleições municipais de 2012.
Além disso, também recentemente, a juíza substituta Júlia Cavalcante Silva Barbosa, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, aceitou a denúncia contra 11 pessoas, inclusive André Puccinelli e Edson Giroto, pelo desvio de R$ 7,591 milhões na pavimentação da MS-430. O ex-governador virou réu pela 3ª vez por corrupção após a 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região declarar a suspeição e anular as decisões do juiz titular Bruno Cezar da Cunha Teixeira.
NEGATIVO
Contar, em nota oficial, negou qualquer troca de cargos com Puccinelli. “Não existe nem existirá acordo político algum por troca de cargos ou secretariado com ninguém. Digo e repito: nossa gestão terá como critério a competência técnica para composição do time. Não existe nenhuma promessa para o ex-governador, que declarou seu voto de forma espontânea, nem para outros nomes políticos. O único compromisso que meu governo terá é com o povo e posso assegurar isso pela certeza de que não temos nenhuma amarra política, nenhum acordo nem aliança com ninguém a não ser a população”.
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