Caso foi encerrado ontem pela Delegacia da Mulher de Campo Grande e será encaminhado para o Ministério Público de MS
para se queixarem dos abusos que teriam sido praticados por ele enquanto ocupava o cargo de prefeito de Campo Grande.
No depoimento, elas afirmaram que o ex-prefeito prometia emprego em troca de relações sexuais.
Em dois casos houve relação sexual consentida com as mulheres. Mas em um deles uma das mulheres ficou assustada ao ver o ex-prefeito seminu no banheiro. Este caso foi tratado como tentativa de estupro na ocasião.
Durante a investigação, mais de 13 mulheres procuraram a Polícia Civil para se queixar de episódios abusivos envolvendo o ex-prefeito.
Ao todo, Marquinhos Trad foi denunciado por 16 mulheres por assédio sexual, tentativa de estupro e favorecimento à prostituição, entretanto, no mês passado, a defesa do ex-prefeito já havia conseguido desqualificar como vítimas 10 mulheres, restando ainda seis em investigação.
No início deste mês, porém, Trad conseguiu uma vitória parcial na Justiça de Mato Grosso do Sul. A 3ª Câmara Criminal do TJMS concedeu habeas corpus e trancamento do inquérito policial em relação a três vítimas.
Segundo o relator do último habeas corpus, desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, da 3ª Câmara Criminal do TJMS, o relato de três mulheres que se disseram vítimas do ex-prefeito não configurou crime.
“Resta cristalino que, inobstante na percepção de [o nome da vítima será preservado] o paciente tenha expressado uma intenção libidinosa, o que não se discute, o fato é que nenhuma conduta que possa configurar qualquer ato libidinoso, mesmo na forma tentada, foi posta em prática. Mesmo no que toca às mensagens posteriormente remetidas via aplicativo de celular, pelas quais resta clara a efetiva intenção libidinosa, ao receber a resposta firme em sentido contrário, o paciente recuou, sem qualquer insistência. Diante de tais fundamentos, conclui-se que a conduta do paciente em relação a [vítima], conforme as declarações por ela prestadas, e acima transcritas, é penalmente atípica”, afirmou o desembargador sobre um dos casos encerrados.
No entanto, o político ainda era investigado por outros três casos, que resultaram no indiciamento desta terça-feira.
OUTRO INDICIADO
No dia 9 de setembro, Victor Hugo Ribeiro Nogueira, que era servidor comissionado do gabinete de Marquinhos Trad no período em que ele era prefeito, foi indiciado pelos crimes de corrupção ativa de testemunhas, coação no curso do processo e favorecimento à prostituição, tornando-se réu no dia 22 de agosto.
A conexão do caso de Victor Hugo com o caso de Marquinhos é que o ex-servidor teria supostamente coagido uma das vítimas a mudar sua versão em cartório.
* Colaboraram Beatriz Feldens e Alanis Netto
*Correio Do Estado*