As denúncias de assédio sexual contra o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) retratam um mundo paralelo, daqueles que parecem ter vindo direto da ficção. Em um dos depoimentos disponíveis em inquérito policial, servidora do município confessa oferta de R$ 200 mil pela virgindade de uma adolescente.
A testemunha trabalhou durante cerca de um ano no gabinete do então prefeito, onde observou verdadeiro desfile de mulheres com idade aparente entre 20 e 25 anos, sempre maquiadas e com roupas sensuais. Elas tinham ‘passe livre’ do livro de registros, sem nunca preencher o cadastro de entrada.
Entre as cenas que mais chamaram a atenção da testemunha, uma servidora que estava atuando em um mutirão de recebimento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) trabalhou apenas por 2 horas e, possivelmente, foi dispensada. Ela voltou próximo à hora do almoço, com uma calça rasgada (da moda) e espartilho, e entrou direto no gabinete. O caso teria acontecido em 2018.
Segundo o inquérito policial, em outra ocasião, Marquinhos Trad chegou com uma moça ruiva, jovem, bonita, de cabelos compridos, que se escondeu no banheiro. A então secretária do prefeito teria comentado que o agora candidato ao governo tinha um “programa que realizava o sonho de princesas”, e que faria uma festa de 15 anos para tal moça, além de dar mais R$ 200 mil se a adolescente perdesse a virgindade com ele.
A testemunha insinua, inclusive, que importante nome do alto escalão chegou a assumir um filho que não era dele para preservar a imagem do patrão.
PROSTITUIÇÃO LIBERADA
A mesma funcionária da prefeitura revela que o trabalho paralelo de Victor Hugo Ribeiro Nogueira da Silva, 36 anos, conhecido dono de casa de prostituição e agenciador de prostitutas, era muito bem divulgado dentro da prefeitura. Em um evento, ele teria até se gabado da profissão de cafetão para servidores públicos.
De maneira indireta, a mulher também soube de um caso entre Marquinhos Trad e uma mirim, mas o relacionamento foi abafado rapidamente. À polícia, a testemunha também citou nominalmente duas beneficiárias de “empregos fantasmas” pelo programa Proinc. Todas as denúncias seguem em investigação pela DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).
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