Material de campanha dos candidatos a deputado estadual Pedro Pedrossian Neto, do vereador Otávio Trad e a governador de Mato Grosso do Sul, Marquinhos Trad, todos do PSD, foi apreendido na casa de prostituição do ex-servidor da prefeitura, preso em 31 de agosto. Ele foi detido durante as investigações de assédio sexual contra Marquinhos Trad e essa poderia ser a ligação entre os dois acusados.
Conforme dados dos laudos periciais a que o Midiamax teve acesso, na casa de prostituição do ex-servidor da prefeitura, que já se tornou réu pelas acusações, foram encontrados materiais de campanha dos três candidatos. São ‘santinhos’ e adesivos, encontrados em meio a camisinhas que foram encontradas e também apreendidas no local.
Ainda de acordo com o documento, havia 5 pessoas no local no momento do cumprimento de mandado. Foi apurado pela Polícia Civil que ali residiam o réu (ex-servidor) e também as garotas de programa. Ele foi preso no dia, mediante cumprimento de mandado de prisão preventiva, e responde por coação no curso do processo, corrupção ativa de testemunha e favorecimento à prostituição.
Ao Midiamax, o candidato Pedro Pedrossian Neto questionou quem seria o réu, alegando desconhecer o dono do prostíbulo, e também que não saberia o motivo pelo qual o material de campanha estaria na casa de prostituição.
Em nota enviada ao Midiamax, a defesa do candidato do PSD ao governo de Mato Grosso do Sul, Marquinhos Trad, afirma que “ele não pode ser responsabilizado por eventuais crimes que seus eleitores ou apoiadores venham a praticar”.
O jornal também tentou contato com Otávio Trad, que não atendeu à ligação. O espaço segue aberto para manifestações.
Prisão de ex-servidor com apreensão do material de campanha
Na última quinta-feira (22) o ex-servidor da Prefeitura de Campo Grande preso preventivamente durante as investigações de assédio sexual que implicam o candidato ao Governo Marquinhos Trad (PSD) se tornou réu. Ele é acusado de levar vítimas e testemunhas até um cartório de Campo Grande, as coagindo a mudar os depoimentos.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, o ex-servidor foi indiciado pelo MPMS (Ministério Púbico de Mato Grosso do Sul) menos de uma semana antes. Já na quinta, a juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal, recebeu a denúncia, tornando réu o acusado pelos crimes de coação no curso do processo, corrupção ativa de testemunhas e favorecimento à prostituição.
O ex-funcionário do município foi preso no dia 31 de agosto, após o cumprimento de mandados pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Segundo a Polícia Civil, o ex-servidor foi indiciado no mesmo dia da prisão. Ele permaneceu em silêncio no interrogatório.
O ex-servidor é acusado de coagir testemunha a ‘voltar atrás’ em depoimento prestado no inquérito que investiga as denúncias de assédio sexual. Ele teria procurado uma das testemunhas ouvidas no caso e a convencido a ‘desmentir’ o depoimento prestado. Assim, ela teria sido levada a um cartório, onde documento foi assinado, relatando o contrário do que tinha sido dito anteriormente à polícia.
O fato se assemelha ao da adolescente, ex-mirim, que também ‘desistiu’ de denúncia por assédio contra o ex-prefeito. O caso foi denunciado inicialmente em 2018 e noticiado após os outros relatos de assédio virem à tona, em julho deste ano. A jovem chegou a afirmar que tinha documento assinado em cartório relatando que o assédio não teria acontecido.
Dono de casa e site de prostituição
No dia da prisão, equipes da Deam também cumpriram mandados de busca e apreensão na casa e também em um ‘estabelecimento’ do réu, onde funcionaria a casa de prostituição. Foram apreendidos material de campanha dos três candidatos. Outros objetos como celulares foram apreendidos pela polícia.
Além da casa de prostituição, o homem também é apontado como dono de um site, usado para favorecimento à prostituição.
Intimado duas vezes para depor
Marquinhos Trad foi intimado para prestar um primeiro depoimento na Deam na última quarta-feira (21), mas não compareceu. Ao invés disso, momentos antes do horário marcado – 14 horas – a defesa apresentou documento em que solicitava o adiamento, para data posterior à eleição.
Já no dia seguinte, quinta-feira (22), o candidato foi intimado novamente pela Polícia Civil em Dourados, onde cumpria agenda fazendo uma caminhada, em campanha eleitoral. Ele mais uma vez se negou a prestar depoimento, alegando que está com agenda cheia e que só poderá comparecer após o dia 2 de outubro.
Ainda na sexta-feira (23), decisão judicial concedeu habeas corpus ao candidato, para que não fosse obrigado a comparecer na Deam. Isso, embora já tivesse sido intimado duas vezes e o não comparecimento implicasse crime de desobediência, sujeito à condução coercitiva.
Matéria retirada do Jornal Midiamax https://midiamax.uol.com.br/policia/2022/laudos-confirmam-material-de-campanha-de-marquinhos-trad-apreendido-em-prostibulo-de-ex-servidor-da-prefeitura/